sábado, 31 de dezembro de 2011

Carta Aberta

Luís Capucha,em resposta ao teu pedido de solidariedade para com os formadores do CNO da nossa terra aqui vai então o meu contributo,e desculpa os moldes com que vou fazê-lo:


...que me repugna e vómitos me dá a ligeireza com que os politiqueiros deste governo a mando dos asnos da Troyka trataram os formadores e profissionais do CNO de VFX...o adjectivo "foda-se" é por muitos considerado um ofensa à moralidade e ética de um povo culto,mas que melhor desígnio para com estes primatas de apêndice ao pescoço,acéfalos por natureza,estúpidos por paixão,e dizia,que não mandá-los "foder" mesmo,pois o mesmo fazem connosco.

domingo, 18 de dezembro de 2011

A dez mil metros

Um avião que parte,uma paixão que chega,uma vida sem sentido,um voo com destino.
Um pássaro sem ninho,uma ave sem carinho,vidas trocadas,paixões ao rubro,um destino em risco,cilada preparada em menos de nada acima das nuvens não se dá por nada.
Uma vida anulada em sonhos desfeitos,promessas não cumpridas em conversas vãs,a altivez em forma de nudez,acima das nuvens tanta pequenez.
Um pássaro gigante com forro de metal,comanda o destino de quem dele faz caminho para à terra chegar,terra prometida como não há igual,a dez mil metros se torna irreal,descendo à terra se torna desigual.Engano no desencanto no pecado capital.
De fio a pavio tudo se torna destino,preso por um fio,se quebra a confiança na descrença de uma promessa,vivida sem vida,numa lenta agonia,olha para o céu,no horizonte um pássaro com forro de metal nele sentado comanda a vida de tantas vidas à terra prometida,sentidas e vividas!
E risco se cobra em nada trocar,pelo toque se faz anichar em penas de um sonho se faz um lar,desencanto que torna a chegar em voo picado não mais lá voltar.
ELE assiste,assentindo e consentindo as nuvens rasgar um pássaro gigante de forro de metal,aporta no porto da capital ,sem medo se faz anunciar qual deusa de encantar,vidas privadas,trilhos e encruzilhadas.

Norte sul,este,oeste...nada de novo!


domingo, 11 de dezembro de 2011

As Escadinhas da Adelina



A magia das palavras testemunhadas pelo Zé,palavras escritas pela Adelina no lançamento do seu livro,"A  Fonte das Escadinhas"...Parabéns Adelina pelo teu livro...obrigado Zé,por ser também por tua mão que descobri esta magia!

...E foram realmente momentos mágicos!...Adelina,saloia de gema,e como tal mulher com uma perspicácia e inteligência que se coaduna com as suas origens...escrever hoje em dia neste país amordaçado pelo economicismo é puro heroísmo,e tu Adelina Soares,és heróica por isso mesmo,pela coragem e ousadia de nos brindares com tamanha obra,indo ao âmago das tuas raízes sem qualquer tipo de preconceito,pondo a nu tudo o que a ela diz respeito,e quão nobre é...e que bem transcrito foi!

Parabéns mesmo.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Nadas...do nada!

Do nada veio,ao nada se agarrou para que nada lhe faltasse.Pelo nada se foi,sem que nada tivesse conseguido,por uma vida cheia de nadas.Nadou e naufragou em águas repletas de nadas,como se nada a importasse,ainda assim em regras do nada os seus nadas impor queria.Nada e criada em terras do nada,e do nada se fez nada,permitindo-se apoiada no nada tirar nada a quem nada tem para dar,além do nada!

...E em dia dos nadas,nada se foi!

sábado, 19 de novembro de 2011

Como se não houvesse amanhã

A saltar muros inacessíveis,penetrar em jardins proibidos,numa correria desenfreada como se não houvesse amanhã.Voar acima das nuvens abrigado das tempestades,mas ainda assim correndo risco calculados e calculáveis não sem que lhe reconheçam que coragem não lhe falta, audácia de Bonaparte,encanto de Matt Demon,enigmatismo de Hercule Poirot,liderança de De gaulle...o problema estava mesmo só no actualizar do Bloguer,coisa simples,mas como diria La Palisse:"De coisas simples está o mundo farto!"

...E entre o limbo do racional à vertigem da adrenalina ao rubro,cobrem-lhe agora,porque sim,agora está a fazer estragos!

-Perguntai incrédulos,de quem se trata?
-Pois,não sei,tal a velocidade a que voa,quiçá match 2!

...Eu não,certamente!



...

Ah pois é...Quando a sorte é de manivela...e já está!!!

ai mas é !!

Atão .. afinal até se publica qualquer coisinha ???

será por aqui?

E então experimentei o mistério do caminho ...

domingo, 30 de outubro de 2011

POR DETRÁS DO VÉU

Tarde amena com um solarengo sol espairecendo imagens cor de ouro no passeio contíguo à casa outrora habitada por Ermigarda.Esta passara no colorido e reflexo solar com ar apreensivo e cansado dando mostras da felicidade ter metido férias, quiçá eternamente. Olhando de soslaio, mirou o segundo andar pintado de verde-escuro, com Palas antigas, mais propriamente empalas de cobertura de sol e chuva também, onde se abrigara durante quase três décadas, aparentando extenuação e abrandando o passo, parando mesmo, como que recordando um passado recente de vivências que jamais experienciará, pois essa própria sentença para consigo tinha assinado.Com o olhar no infinito do arrependimento, franzindo a tez ainda com ténues marcas da tisnação solar de temporada de lazer  à beira mar algarvio, quedou-se ímpávida por um suspiro e paralisação total de movimentos,movimentos e pensamentos,caracterização está  manifestada amiude.




Languidamente recostado no seu sofá de leitura, Ernesto pousado os óculos em forma de lunetas do século dezanove, foi interrompido do embrenho da história por onde seus algo cansados olhos passeavam extasiados por cada página virada, pelo som abrupto da chiadeira de pneus escorregando pelo asfalto de um carro que circulava excessivamente sem cuidar do aproximar de uma passadeira para peões bem em frente à moradia que partilhava somente com gratas recordações do passado,horrendas em memória fresca do presente, que o levou a retesar-se e num ápice assomando-se à janela ainda a tempo de assistir com visão privilegiada ao quase consumar de Ermigarda ir em viagem gratuita sentada em cima do capou da viatura em questão, sem que houvesse assentimento por parte do tresloucado condutor.



Apavorado desceu alternadamente de dois em dois degraus, tantos os que o levavam à porta da rua que num gesto rápido a abriu e para Ermigarda correu. Esta ainda embranquecida do susto que apanhara largou-se nos braços de Ernesto como que saboreando réstias de um amor interrompido ainda com cheiro a rosas e malvas de um canteiro enclausurado num belo e vistoso vaso que à janela,sua também ainda há não muito, teimava em não murchar,fazendo frente a um amor acabado. Foi sol de pouca dura, Ernesto percebendo que nada de grave se tinha passado e que a ausência de mazelas e males maiores era um facto,não se emiscuindo em nada mais que o incidente em si, de imediato a largou, assomando-lhe à ideia que nem um raio lançado de um furioso céu em tempestade incontrolável, a fétida experiência que não há muito tinha experimentado…com Ermigarda!



…A turba havida de sangue fresco e notícias a condizer em gáudio amarfanhou-se em turbilhão indagando da situação da já recomposta Ermigarda, ainda assim pálida não tanto do susto apanhado, mais propriamente da indiferença com que "abandonada"foi por aquele que tanto a amou, quiçá ela também.Ernesto discretamente saiu de cena,que já trasbordava e transportada para o "tanque das lavadeiras"onde se escarnava em cadapulta crónicas da mal dizer, e para casa voltou. Subiu lentamente o escadario que lhe dava destino ao mesmo andar donde tinha descido poucos minutos antes, desta vez degrau a degrau, demorando não mais que uma trintena de segundos, tempo suficiente para passar em memória ainda fresca de uma vida em comunhão de loucura e paixão  mandada janela fora por questões ainda  por esclarecer…pois de esclarecimento não padecem, dizem, e diz ele,Ernesto,a seu jeito Ermigarda indem aspas…e confortavelmente se enterrou novamente no sofá de leitura, onde por perto num copo em balão, repousado numa pequena mesa de apoio descansava um precioso néctar antigo guardado para outros festins que não estes esperando pacientemente  ser degustado. Recolocando os originais óculos acima e bem perto de uma enorme cicatriz prosseguiu de forma lânguida a extasiante história …”Por detrás de véu” !

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

POIS MUITO BEM...!!!

A inércia do pensamento
Aqui d’el-rei ao depoimento
A translúcida opinião do momento
A inexactidão do acabamento

Obra do destino em desatino
Oração a Deus temendo
Orgias em comunhão, ao tempo
Onde tudo vale ao destemido

Baixa os braços em desespero
Bramindo em desencanto
Banhando espadas no ventre
Bugiando em forte espanto

Um muito sabia d´outro
Um d´outro sabia muito
Um se quinou em devaneio
Um outro merecia o mesmo caminho






quarta-feira, 19 de outubro de 2011

PÁGINAS SOLTAS

-Pois é, Manuela, depois de ler todo este invejável trajecto de vida, mais entendo porque ao tropeçar em ti, logo constatei que algo me ligava à tua pessoa, meditava Adelino no ruido ensurdecedor do silêncio das palavras entre duas colheradas de sopa, e um olhar furtivo sobre a televisão onde um enfastiadamente bem vestido apresentador debitava matéria de politiquices em ar arrogante de intelectual provinciano.


-É realmente fantástico o teu percurso até agora, e mais vou percebendo porque te revês em muito no livro que escreveste, de forma sublimar, diga-se! entre quatro paredes de uma casa desprovida de vida, onde apenas se ouve o silvar do vento pelas frestas das janelas fechadas e nunca mais abertas desde a partida de quem tal assim entendeu, e quiçá alguma memória de um passado recente no sua já gasta encefálica massa, de tanto usada ser em prol de coisa nenhuma,ou coisa muita, nunca tal se saberá!



-Em tom de brincadeira manifesto a minha solidariedade com a relação que tens com o ferro de engomar para que faça o teu trabalho, pudera, com uma vida tão enriquecidamente ocupada como a tua, alguma coisa teria que ficar para trás, que fique então a roupa por engomar…dizia de si para si!



-Realmente, tropeçara na pessoa certa…ela era essa pessoa!...sonhava acordado de olhos semi-cerrados pelo salgado das lágrimas que lhe rolavam entre uma cicatriz, que não feita em combate, mas sim combatendo pela vida, e nas agruras desta.



-Obviamente que terei que falar um pouco de mim, embora me guarde para mais em pormenor o fazer presencialmente contigo, pois entendo que assim é que deve ser, magicava Adelino ensaiando frases sobre frases para que melhor a coisa saísse!



-Estive em comunhão com  Andreia tantos anos em  metade dos que levo desta vida de encantos e desencantos do qual brotou do ventre materno em hora de milagre um rebento de seu nome Anália, que perfaz tantas primaveras,tantas as que ela por bem entender.



As coisas começaram a correr menos bem há cerca de uma década por motivos vários, entre os quais talvez o cansaço e rotina de uma vida que nos empurra para coisa nenhuma, e não havendo ainda uma réstia de chama que colmate esse cansaço, o desfecho é inevitável…e foi mesmo!



Deus diz que o sofrimento é uma benção que devemos entender como uma oferenda para que mais facilmente entendamos o quanto seu filho sofreu na cruz,e por nós muito fez.Levando á letra,tal e qual segui exemplo do filho do Criador.Não pregado na cruz,mas levando-a onde os olhos lêem a vida,rasgando-a , intervencionado a uma coisinha má como se dizia lá na terra, que me alugou a face qual pastilha elástica grudada em sola de sapato. Foi muito mau e muito duro. Um dia te contarei mais em pormenor esta fase menos boa da minha vida.



Tenho meio século, um pouco mais, como sabes, e entre muitas coisas más,boas vieram também,uma é mesmo impagável,a sensação que tenho de viver como um passarinho fora da gaiola,voando a favor dos ventos Alísios. Mas também desta matéria me reservo para contigo falar olhos nos olhos.

Não vale a pena estar com rodeios, empatizei contigo desde o primeiro minuto que nos cruzamos, para não utilizar outro adjectivo mais carinhoso, e estou-me a lembrar como ficaste reborizada e encabulada quando disse o quanto de ti gostava …percebeu-se desse lado um sorriso timido e embaraçoso.



Obviamente que sei que não vives sozinha,talvez com Deus também em circunstâncias as quais sei muito poucas, apenas algum comentário que fizeste aqui e acolá.



Manuela, sem qualquer pretensiosismo vou-te dar o que  quiseres de mim, nunca extravasando ou passando o limbo do razoável, pelas razões já apontadas. Eu vivo sozinho,quiçá acompanhado por vezes tentando acreditar que Ele existe, e sem ter que dar satisfações a ninguém,a Ele talvez,mas a convicção não chega a tanto ao contrário de ti.Talvez os ventos Alísios te inspirem também num  livre voo,e livre refaças a tua vida.



Vou deixar que sejas tu a gerir a situação a teu bel-prazer, convicto e esperançado que vá fazendo parte da tu vida, reforçando que te darei o que tu de mim bem te aprover, não forçando coisa alguma. É uma forma de estar na vida, é a minha filosofia desta!



…E vencido pelo cansaço, fechou de vez os olhos, para sempre, e eternamente o livro também.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

O que se pode querer mais?

Sou um previligiado sim senhor...daqui ninguem me tira! ...Entre isto e aquilo,e mais que vai e não vai,cada um é para o que nasce,e nós nascemos para ser assim mesmo...AMIGOS À SÉRIA!

Um gaiato era eu quando o que ao meu lado está me atazanou o juízo e porque não dizê-lo,afectou a minha carreira de Keeper com um monumental chapéu de mais de trinta metros...mas ainda bem,não te teria conhecido...ficaste para a vida!
O do meio,ganhei-lhe admiração quando em puto também, me dava a serenidade necessária para as redes manter invioláveis...e ainda hoje me dá a sua serenidade para sereno me manter!
A Graciosa senhora que compõe o ramalhate aturei-lhe birras de não lembrar ao diabo...não foi paciência gasta em vão...fez-se uma mulher e mãe admirável!

E já lá vão três décadas e uns pozitos...e por aqui continuamos na senda da vida,partilhada da forma que se vê!

OBRIGADO AMIGOS

terça-feira, 30 de agosto de 2011

A Tempestade

A brisa vinda do mar soprava de feição dando feições de felicidade a duas gaivotas vindas de um estranho mundo que nada tinha que ver com tão majestoso panorama, arregalando as vistas a quem as pousasse por previlégio de em sorte por ali  se quedar.


O Mar, essa massa de água quão enigmática em sua imensidão, reluzente em tons esverdeados marinhos reflectindo em sombras onduladas tão magnificentes aves em azafama de voos rasantes mergulhando no infinito, prescutando os confins submersos de tanta história que ficou por contar,histórias de cor púrpura.

Ao longe uma ilha mirava-as,chispando-as provocantemente como que as convidando para baterem asas direcionando-as e por si serem acolhidas. Não se fizeram rogadas, num frenético voar super sónico à velocidade da luz encantadoramente iluminando tão brilhante cenário.Ouvia-se o som envolvente e tranquilo do marejar, dando azo a navegar em música clássica num deslumbramento total.Era inescrutável qualquer sinal de vulneraberilidade de tão majestoso bem estar com as estrelas que pairavam no infinito tecto astral.

Num recanto abrigado do assobiar do vento anicharam-se em telas feitas no ar desenhando momentos de encantos e beleza ímpar.Cortejaram-se exaustivamente, corpo anexo insuflava  crescendo de excitação,sobreaquecendo a frágil ave companheira degostando tamanho prazer pelo doce peso opressivo nela de tão insuflado membro,perdendo o presbitério,inalando prazeres proibidos,murmurando sons inpercétiveis e ofegantes de prazer, não dando sequer pelo retirar do astro rei que comprido o seu diário ritual de iluminar tão grande felicidade por de traz da ilha foi pernoitar.O ênfase da noite fez-se notar.A lua ocupara agora o deposto rei astro,espelhando calmaria num mar adormecido.Frenéticamente adormecido.

O dia raiou jovial, o sol subiu majestosamente para o seu pedestal lançando sorrisos num mar qual camalião, azulando então, contrastando com um céu cinzento obscurecido adivinhando tempestade, de mau agoiro por certo. As gaivotas sabendo bem que azimutes teriam que tomar, antecipando os memorandos deixados pelos seus antepassados em herança aconselhável, voaram para terra firme. Abrigaram-se.mas… não fossem apanhadas desprevenidas e o seu encanto quebrar contra as rochas das falésias corroídas pela erosão dos tempos…Tempos que já não tinham para amar,e voar,tais eram cépticos…a tempestade antecipou-se,engolindo-as no seu turbilhão destruidor e implacável projectando-as em esfrangalharias,acutilante...apocalipse total em sítio de nenhures...para gaudio de agoirentas aves.

domingo, 21 de agosto de 2011

Coisas de Capoeira

 Olhos fixos num rectângulo emoldurado num friso de castanho-escuro, onde encaixam duas aves que faz tempo vidas brilhantes e douradas tinham partilhado.Olhos esses que avistam nesse quadro de recordação um majestoso mar azul,com a fantástica visão d'um rochedo gasto pela erosão de vidas felizes prometidas em vão.Tenuamente já só se vê pegadas,outrora caminhos de profundos caminhares,esbatidos por tanto calcarrear.Foi quadro lindo sim,talvez ainda o seja,mas o esgar de vista cansada já não deixa que assim seja!

Baptizaram-no com o cognome de raça de galináceo em festa de arrasar, caracterizado por um muco descaído sobre o bico, mas altivo no pavonear das suas reluzentes penas. Não se cansava nunca de vislumbrar aquela elegante silhueta outrora companheira de capoeira, que por desavenças ciumentas assentiu em partir, fazendo um tal reboliço efervescente que deixou toda a comunidade galinácea com as penas eriçadas e mucos retesados. O glu-glu foi constante dia e noite, parecendo mesmo que a espécie se extinguiria em breve, tal o agonizante som provindo dos confins do seu âmago e desajeitado jeito de glu-glar.

Sorria naquele emoldurado caixilho, elegantemente adornada de uma sumptuosa pele coberta de penas sorria ela também, sim, porque em rábulas os animais também o fazem como os humanos, dirvos-ia aqui o humilde escriba se lhe perguntassem como era possível tal?...Já se vê e compreenderam que qualquer semelhança com algo parecido num qualquer recatado lar, é pura coincidência…Adiante!

Sorriam sim, porque se vislumbra no tal caixilho emoldurado um malicioso fricçar de asas do referido, junto ao peito bem provido e eroticamente provocante da sua outrora companheira de encantos, um dos quais, momento de rara inspiração num ovo dourado, uma cria linda e sonhada todos os dias, lhe deu de oferenda abençoada.

Era o orgulho da capoeira, embora de partida também, ficará eternamente presente no emoldurado do caixilho…!!!

Faziam, e fazem parte dos devaneios e loucuras salutares deste estranho animal de capoeira, uns quantos, não muitos, comparsas de curtos voos, sim, porque voar tem muito que se lhe diga, e este apenas voou em defesa das redes que lhe eram confiadas aquando de renhidas disputas em contendas de fim-de-semana. Agora voa baixinho com pouco ou nenhuma sustentação. Apenas dois  o fazem com regularidade e mestria, ao ponto de já terem ganho a liberdade de voar para onde bem lhes aprover, um por opção só já voa mesmo por prazer,escrevendo histórias de vida em jeito de devoção e testemunho deixar,encorajando e deixando os céus entregues a aves mais recentes e ambiciosas, destacando-se uma que se tornou líder d’um mundo emblemático,assim a modos que a mandar para o vermelho,onde por sinal paira a maior ave do mundo,e que também  vai escrevendo entre as nuvens cobrindo um céu azul nas asas de um avião,coisas da vida e que se passem na ocasião. Uns ícones portanto.Mudando-se até vezes sem conta de poiso, não se deixando caçar assim sem mais aquela. Vivem felizes, conta-se, contando assim com tais experiências, tenta também feliz ser o galináceo desprovido e despromovido de “Galo” de capoeira

sexta-feira, 15 de julho de 2011

MOMENTOS...!!!







...Tão somente, te guardo,Filha! 
...Longe,perto,aqui,acolá,na dúvida,em certezas,incertezas,em pensamento,triste,alegre...MAS ÉS A MINHA ÚNICA FILHA,E COMO TAL...ÚNICA !  



-Pai podemos?

-Claro que sim filha!

-Então porque não fomos?

-Pois não sei, talvez porque não podemos!

-Então mas tu disseste que podíamos?

-Pois disse, mas depois não pôde ser!

-Não pôde ser porquê, pai?

-Porque se podesse, teríamos ido!

-Ido aonde pai?

-Onde tu pediste, filha!

-Mas eu não pedi nada pai?

-Não? Mas pedi eu filha!

-Não entendo, pediste então o quê, pai?

-Que ficássemos juntos, filha!

-Ah…pois…pai,querias mesmo?

-Muito mesmo filha!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Alucinações...!!!

Virgolino pensando em voz alta,e sem que desse conta,contava:

Estava por aqui a rebuscar coisas poucas que me foram deixadas, e vou dar de caras com uma revista antiga,daquelas que contam histórias de faca e alguidar e que nem cor de rosa são. Nem sei porque a guardei,mas ainda assim não resisto a reler alguns trechos desta maníaca fonte de informação?...dizendo o seguinte em notícias desprovidas de algum sentido:


"...-A nossa sessão de hoje divaga à volta de tudo e coisa nenhuma...vai ter paciência de Jó para me ouvir...estou num daqueles dias fartinho até de mim...eu sei que sim,pelo franzir do seu semblante nem tudo é tão mau assim,mas que hei-de fazer,caí na tentação de ligar a tv no exacto momento de levar com as deprimentes notícias do telé-jornal,como se já não bastassem as minhas...que merda de homem que por vezes sou,fartinho de saber com o que ia levar pela proa...teimoso que nem uma mula velha por vezes,ou quase sempre,não é?...Mas também já sabe o que a loja gasta,entre isto e aquilo,por vezes nada de jeito sai!...e antes que diga algum vernáculo assustador,vou exorcisar,cantando muito bem calado,falando de coisa nenhuma:..."

E assim ouvi,li,ou pareceu-me,continuava Virgolino!

"...Ontem, sexta, foi também o primeiro Colete Encarnado, festas de Vila Franca, que passei sem a "famíla", tive-a por momentos é certo algures por aí, porque sim, faz parte dela no contexto que bem sabemos, mas tal não impediu ainda assim uma tristeza mal disfarçada que mantive até à noitinha, hora do aconchego final. Não me deu para ligar a televisão, vou ficando farto e sem paciência para levar invariavelmente com mais do mesmo, da mesma catrefada de anúncios antes que se siga algum filme ou programa que jeito tenha, e de olhos abertos na escuridão do meu quarto,só mesmo com o João Chaves e o também já meu oceano pacífico melodicamente passando músicas, assim fui navegando por tempos idos…!!!"

...E continuava as alucinantes notícias de pasmar até um pastor não de ovelhas,mas tão somente de seguidores humanoides...pois se humanos fossem,davam conta de o serem!


"Hoje fui surpreendido por um telefonema que me deixou deveras preocupado. Entre trinta por uma linha, dizia que não se podia renegar um passado feito de coisas tão belas e bonitas. Não queria acreditar na voz do outro lado da linha. E pensei? Tomei os comprimidos  sem me dar conta, e todos trocados, mas não, confirmei, tal não era, era sim alguém que num momento de descida à terra e de arrependimento total. Falou até se cansar, e cansada percebeu que era tarde demais, e cansada desligou!
Recuei no tempo então. Nunca lhe retorqui enquanto desesperadamente falava, mas não fiquei indiferente. Tinha sido realmente uma vida…fiquei triste por triste fim, mas irremediavelmente irreversível!...e recordei...coisa alguma,ou muita coisa,sei lá!..."

"...Acabado de ver um filme em CD,porque a vida não é só pensar na morte,e porque filme este passei todo o tempo a rever-me nele,e como estava sentada ao meu lado ,mas nos seus afazeres preparando a semana vinda,e como sói dizer-se,”enquanto se capa,não se assobia”o mesmo será dizer, depressa e bem não há quem,ou seja,embora por ali perto não viu o filme,achando eu por bem contá-lo conforme o “vi”…então,aí vai...!!!"

"...Ainda em descompressão de tão desgastante dia…dia em que fiz a primeira junta médica para aposentação…dia também em que fizeram de mim gato sapo, e de mim duvidaram, indo ao ponto até do que estava patente em face minha…sei que o sistema a isso obriga, mas não precisavam de ir tão longe na tortura que me fizeram…mas agarrei-me a si de tal modo, que não me levaram de vencida, e como tal seguirei para a próxima etapa…orgulhe-se , que eu farei o mesmo…esteve sempre comigo em tão difícil “interrogatório”, nunca imaginei passar por teste tão díficil, de tal ordem que quando me comunicaram que iria prosseguir no processo com nova junta a agendar brevemente, inrroupi num choro compulsivo e continuando, tal a pressão a que fui sujeito…duro, muito duro mesmo…As infinitas sessões de partilha mutua foram e de que maneira importantes neste desgastante dia 22 de Junho que me ficará de memória, qual doutorado em tese de mestrado! Já perdi vezes demais ultimamente, não quero ter esse sabor amargo novamente. Não estou nem estarei preparado para tal…se assim for, então será o fim…!!!"

E continuava a desfolhar a revista em revista de acontecimentos faraónicos,ou de galáxias ainda não descobertas!

"...Hoje não vamos falar de suicídios, por tal cansar e não se efectuar,pois calhando sou um caso do acaso. Estou muito zangado consigo por via de há uma eternidade não nos vermos e ter que andar a gritar aos sete ventos em silêncio o que me vai na alma, se é que ainda a tenho. E como se não bastasse todo o tipo de atrocidades que me persegue, também o atraso, que tanto odeio, diga-se, já faz parte do meu dia-a-dia por tantas viagens a Santa Maria, que um destes dias por tanto me ver, deixa a sua santidade e passa a beata domingueira. Vai daí, à falta da sua presença física vai levar com mais este texto de um dia dos Diabos, sim, porque agora já não é só um, tenho uma matilha deles a perseguir-me saciando a sua fome e crueldade aos poucos, talvez antecipando-se aos meus estimados e estimáveis bichos atumurados. A ver vamos quem acaba comigo primeiro.Poupavam-me o sacrilégio de me suicidar…lá tinha que falar no suicídio, desculpe de ter faltado á palavra..."

Alucinado mesmo,em que porra de revista vem notícias tão desconexadas e sem sentido?...nalguma parvónia talvez!...pensou virgolino em voz baixa,não fosse alguém ouvi-lo, pensando que deixou de pensar!!!...e mandou foder a revista,antes que esta o fodesse a si!

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Virgolino ao telefone com Virgolina!

Entre a felicidade do teu telefonema que alguma, não, muita paz trouxe ao meu espírito, duas máquinas de roupa suja e umas calças de ganga passadas a ferro com João Chaves e o "Oceano Pacífico"como companhia, me oferece dizer o quanto é importante ainda ter uma réstia de esperança de voltar a ter um sorriso franco e de alegria muita. Há quem vá a pé e de joelhos a Fátima num horror de sofrimento inexplicável, mas que respeito de sobremaneira não me imiscuindo em tamanha fé. Tenho uma Virgolina (Desculpa a simplicidade do adjectivo) terráquea racional, simples e normal que consegue transformar o meu desespero e angustia num brilhar de luz e esperança que me indica o caminho certo e a seguir. Por entre multidões encontrei-te qual andorinha na primavera em vida minha...eu sei que, estarás a retorquir: não há necessidade de troca de galhardetes, mas aqui o Virgolino o que sempre melhor fez na vida foi reconhecer quem bem lhe faz, a troco de nada, ou tão somente a sensação de praticar o que o teu Deus de oferenda te doou, a divinal forma de lidar comigo. Tive hoje um dia atípico, em tudo pensei...e tudo porque sonhei um estranho sonho...que me deixou podre de saudade, saudade da felicidade, de tempos idos e bonitos. Sonhei com a menina dos meus olhos que se demitiu de o ser , e de igual modo com a cara-metade. De uma metade inteira de vida,de vida que desistiu! Mas no sonho, tudo foi perfeito, diria mesmo que real, que realmente foi em tempos idos.

Virgolina, não sei se é normal neste meu processo de "luto"? Mas tive tanta saudade e vontade de correr para as "minhas "mulheres, as da minha vida, sim...mas que não são minhas, porque assim o entenderam, mas que tive saudades, tive.Será normal Virgolina? Pois, pelo teu semblante, talvez seja não é?...e tive vontade de me ir...!!!

Fui feliz, muito feliz...Com dúvidas cheguei, com certezas parti!

Surpreso olhei o relógio, foi num ápice. Mas que bem que me soube. Dei-te as boas tardes, e saí, sem me enganar, à cautela deste-me um lamiré orientador, não fosse eu parar a sítio nenhum! Reaprendi a respirar! Obrigado Virgolina.



Do melhor que temos falado...o manivelar da máquina do tempo aproxima-nos,Virgolina…muito bom,muito mesmo…estava a precisar!



…E agora já é dia 17 de Junho, por precisamente já passar da meia-noite e outra dia raiar não tarda…mas o 16,ficará como lembrança boa, como bóia de salvação para tempestades que se avizinham!

O telefone desligou, e Virgolino pensou! Amanhã é outro dia, igual ao de muitos outros!

segunda-feira, 13 de junho de 2011

ESTRANHO DOMINGO!

Por volta das seis da manhã rumava ao aeroporto de Lisboa para familiares deixar com destino a África do Sul.Com simpatia e agradecimentos de mim se despediram.Desejei-lhes boa viagem e sem destino me fui. Precisamente sete horas e trinta, com missão cumprida. Onde vou? Para casa não, de lá tinha saído ainda não há muito.A 10 limpa de trânsito, segunda circular idem aspas, tudo a correr bem e depressa demais!Para onde vou? Ah, já sei? E num piscar de olhos Hospital Júlio de Matos adentro, seria aí que iria passar as horas seguintes fazendo  tempo para coisa nenhuma,coisa que não me falta mesmo é tempo,até um dia ficar sem tempo...!!! Na portaria nem viv’alma, fosse traficante ou santo, igual seria, nada de controlo.Entrei, estacionando o Já conhecido carro por aquelas bandas, à sombra da majestosa árvore que tantos pensamentos me têm dado. Ao longe uma silhueta de andar cabisbaixo, pensando que pensa coisa alguma, e mais outra, e outra. E por aqui se ficou tão triste visão minha, talvez por domingo ser, e mesmo estes seres desprovidos de o serem, também folga tenham metido, afinal o domingo é descanso geral.Sentei-me em frente ao alojamento psiquiátrico, vejo uma pessoa com olhar vazio acenar-me numa janela entre-aberta, ripostei-lhe do mesmo modo…e desatei a chorar qual criança abandonada, sentido o que poderia sentir se por ali estivesse hospedado…coloquei os óculos escuros, não fosse algum auxiliar me ver naquele pranto, e prontamente arranjar colega para tão triste figura à pouco avistada na janela em frente!

Sem parar de lágrimas me inundar, saquei da minha inseparável sebenta e meditei em forma de escrita:

"...FODA-SE, QUE PUTA DE VIDAS!"

terça-feira, 31 de maio de 2011

MUITA MERDA,NINA,MUITA MESMO!

Nina,estás a um par de horas de há minha semelhança te irem retirar um tumor do teu frágil e elegante corpo.dá ideia que os maganos se estão a vender em saldos,ou será porque a porra da sorte nos virou as costas.Seja lá como for só tens que ir à luta e vencer.Quando regressares do bloco,terminada a cirurgia,vou afagar o teu sedoso pêlo e recordar uma conversa que tivemos os dois,ainda contigo em casa.Tu saíste,eu fiquei,alguém assim o entendeu,mas a noitada de conversa perdura na minha mente.
Recordas-te de tal?Quando te perguntei que opinião tinhas de mim?E tu com um olho aberto e outro fechado,bocejando com sono,opinaste assim:

"Não colocavas palavras na boca dos outros, nem retiravas comentários do contexto. Eras assim que funcionavas, e funcionas. Mas era genuinamente assim que  muitas vezes te expressavas, e como é óbvio eras autêntico. Apesar de muitas vezes  começares uma frase sem nunca a terminares. Eras ambíguo, mas não muito difícil de decifrar. Assim sendo, compete a terceiros retirar as devidas ilaçoes. O que quer que tivesses a dizer, onde o dissesses e porque razão, na maioria das vezes as tuas palavras ficaram registadas e sobrevivem em “arquivo”, o teu arquivo! Uma considerável parte delas foi transcrita para aqui, para o teu cantinho! Existem momentos de humor e irritação, de ternura e de surpreendente candura, momentos de seriedade e frivolidade, mas existem também comentários que são desconfortáveis e pungentes. Abordas cada assunto ao teu inimitável jeito irreverente e genuíno como poucos o conseguem, mas sempre com bom humor e sinceridade. Quando começas-te tinhas dúvidas no sucesso, ainda hoje as tens, mas quem as não tem? Depois chega o momento de tomar decisões em que é preciso mergulhar de cabeça. O glamour sempre fez parte de ti, ainda que por vezes de forma inconsciente, sendo por isso algo chocante e escandaloso, mas está-te no sangue, corre-te nas veias, não há nada a fazer, e pouco Te importas com os que se indignam com tais atitudes, porque és tu, mesmo tu.Ou porque se calhar gostas de ser diferente.Sabe-se lá porquê?


Achavas, achas, que sempre que alguém tem a ousadia de fugir do trivial é rotulado. Mas os rótulos ficam para quem os “colam”, o resto são conversas da treta, e de tretas está o mundo farto. Os rótulos são tanto bons como maus, e tu serias muito tolo se os levasse a sério. Não te importas muito do que dizem, a sério que não! Pessoas houve que disseram coisas a teu respeito e depois mudaram de opinião ao ouvirem-te ao “vivo”e em “directo”Tens a tua imagem de marca, é o que é, e dizias amiúde: quem quiser comer, coma, quem não quiser não impeça os outros de o fazer. Para a maioria das pessoas eras conhecido por frequentar sempre o mesmo bar, coisa que fazias à décadas, era quase um vicio, mas que se foi desvanecendo aos poucos, como tudo na vida. Não eras um talento nato, mas de certa forma admiravam-te muito e nem se importariam de ter uma boa dose de coragem, coisa que tinhas e tens  para dar e vender. Era a tua principal característica."

…E um dia disses-te:”Quando me for para o mundo das trevas,será que irei ser recordado como um bom tipo com algum valor e substância? Não sei como irei ser recordado. NÃO ME PONHO A MATUTAR: VALHA-ME DEUS! SERÁ QUE ALGUM DIA ALGUÉM SE VAI LEMBRAR DE MIM QUANDO PARTIR DE VEZ? É COM ELES.QUEM É QUE SE VAI RALAR COM ISSO QUANDO EU DER O PINOTE PARA O OUTRO LADO? EU NÃO!”

…Assim penso de ti,meu admirável dono!

Obrigado Nina,pela forma como falaste de mim,tu sim,conheces-me à séria.Como sabes sou ateu,mas tal facto não impede de te transmitir toda a energia e positivismo do mundo para que te ponhas boa em três tempo,porque temos muitas noitadas de conversa pela frente...mesmo que estejas ausente!

MUITA MERDA NINA,MUITA MESMO!

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Súmula

… Um dia mais  para exames e afins, numa rotina mórbida e desgastante que lhe gasta a mente, e que já não  mente, dele está farta, e dificuldades tem de o levar em frente!
O  telefone tocou, sentiu-se mergulhado numa alegria imensa,por tão poucos serem tais momentos…chovia torrencialmente quando o fez…por tão cansado e demora de atendido ser,dormitou um pouco,sonhou mesmo uma realidade de há momentos…a energia que ganha,o querer não perder a chama da vida,por muito que a morte o chame,em minutos breves de sua voz ouvir,que tão bem lhe soa que se  ilude em horas muitas…mas foram mesmo minutinhos apenas, quão bem souberam!

Num ápice se levantou ao chamamento do numero de consulta,avistou-a,sorriu-lhe com o telémovel bem agarrado à mão,à vida,foram precisamente sete os minutos que falaram …equivalentes a sonhos de muitos anos de vida…é esse o efeito,vá-se lá saber porquê,ou não!... Viu-o feliz,entendeu o porquê,apesar das más notícias…é esse o efeito...!

…Não lhe apeteceu ir de seguida para casa,o corpo pedia sossego a alma desasossego,a mente de vez partir, embora muito cansado resolveu passear e meditar.Lisboa acima, Lisboa abaixo, com a inevitável passagem pelo sítio do costume, onde se quedou por um bom par de horas. Talvez por lá estivesse, pôs-se de soslaio na esperança de a ver passar.Sentou-se no quiosque feito coreto ali bem perto. Muitas mentes desprovidas de pensar viu,a sua,aquela que o ilumina,a Santa, nem viv'alma,talvez porque pensa mesmo e não é função sua por ali andar sem pensar, e pensou,num sonho sonhado acordado...!!!

"...Montanha acima, íngreme, muito íngreme, vê-se ladeado D’ela, com a Santa, de vida dele, entre eles de mão dada, dedos entrelaçados mesmo, num esforço fantástico mas de sorriso nos lábios para que chegassem ao cume da montanha, qual K2.A Petiz seguia-os atrás, presa por um cabo guia para que não perdesse o contacto, com aquele seu sorriso meio ingénuo, e com outro tanto de incertezas…lutou bravamente a Santa,ou vida, lutaram de igual modo juntos, dando por vezes a sensação que o iam conseguir, mas num ápice, ou talvez não, os dedos D’ela desentrançaram-se dos seus, a petiz desprendeu o cabo guia, ficando a sós com a vida, e só, com o cima do cume à vista...e acordou!"

Não és mãe,Santa,vida,pelo menos assim contaste,quando um dia o fores,serás de tantos de nós,e de mim também,por em colo teu acolheres um ateu que tão confuso anda,quiçá um dia ainda se converte, talvez lá, em parte incerta...pois de partida está pela certa!

E mais vinte e quatro horas se foram,sem que o levassem…!!!

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Foi dito,sim!!


“O meu amor por ti não tem explicação,porque sempre te amei,amo-te e continuarei a amar até sermos velhinhos…o desistir seria díficil,não é o meu género,sair derrotada do nada

Adoro-te"


"Lá mais para noite,hora do jantar telefona para o telemóvel da mãe para eu dar um beijinho de boa noite a ti e dizer que gosto muito de vocês.

Um beijão fofo da tua filha."


...Recordar ao olhar as luzes do bloco,em seu feixe transportado  ao passado,bonito,tantas vezes,porquê escondê-lo!...ao acordar e abrir de olhos,um bocado a menos do corpo e alma...saudades?sim,porque não?

…Aos bocados te vais ,entre retalhos da vida,memórias esquecidas,...e promessas de amor…!!!...

sábado, 21 de maio de 2011

VÍTOR

Vítor, em tempos idos, dias muitos, anos a perder de vista foste astro, qual génio a pensar em cabeça tua, debitar em pés geniais de até menino espantar. Em apoteose plateias te aplaudiam por alegrias tantas dares em classe e arte de encher estádios, boquiabertas indagavam como era possível em pouco mais de metro e meio de gente, a tanta gente dares alegria que alimentava conversas e reuniões, amores, paixões, e convicções.


ELE, achou por bem que sombra fazias a tantos muitos em tempo a mais e, num ápice tirou-te do estrelato e pôs-te no anonimato enfrentando a morte em desnorte por falta de sorte. Mas sorte tiveste por em família de suporte e grande porte de altivez e solidez te agarrarem e fugir não te deixarem para sítios em que tantas vezes pensaste partir, sem que pensasses em te despedir.

É bom tê-los, assim simplesmente, não é Vítor? E como eu te admiro e a eles,por também ser um deles!

Pois Vítor, a puta da sorte também comigo nada quis, e o astro, não aquele em que foste estrelato, mas sim o rei de todos eles de tanto olhar para ele, brinca comigo a seu bel-prazer pondo-me no limbo do ir e partir, e não mais voltar…mas foda-se Vítor, tu há anos tantos que sofres que nem um cão, tantas vezes em solidão, por muita gente que tenhas á mão,tal me contas em conversas de ocasião, porque raio não serás a minha razão de razão não dar a quem me quer pôr num caixão sem remissão.

Vítor és mesmos a minha inspiração em horas de aflição, qual tábua de salvação por tanta luta dares à vida que te quer sem vida!

O destino, esse que muitas vezes dizem que está traçado assim que ao mundo afloramos e conta nos damos, deu-me conta que anos tantos depois a mesma nobre família que a mão te deu e não te perdeu, a mim também a mão me dá e não deixa que me vá!


Sabes Vítor, somos uns sortudos por em caminho nosso ter em vida nossa quem nos agarre e entrelace, em amor tanto e carinho muito!

sábado, 7 de maio de 2011

E pensares por ti??...não?!!

Partiste com uma mão cheia de nada, outra de coisa nenhuma, o espírito embutido em gelo glaciar, acelerado coração no tempo parado. Assim te vestiste em vestimenta desnudada alma rasgada num esgar de gentes indiferentes em obsoleto mundo. E foste caminhando em sentido nenhum, na direcção errada num horizonte encruzilhada com esperança desmedida de um dia voltar a teres vida...em vidas de gentes, àvidas de coisa alguma. Em frases feitas te expressas na pressa de teres aptidão do que lês no que tens mais à mão, por dificuldades teres de escrever teu destino por tua intuição...é uma tristeza, mas então! Os vídeos de vidas alheias te fazem emoção e partes para comparação na partilha feita mensagem de quem não tem opinião...viverás eternamente até um dia, em dias tantos de amargura por não conseguires pensar por tua cabeça, voares em asas tuas, aterrares em terreno teu...caminhas mesmo entre a neblina e o breu...assim simples esta missiva por muito não ter que pensares,não te vá dar uma travadinha e em santa ignorância ficares... a paciência me faltar de novamente te elucidar...!!!...medita e talvez te saibas explicar sem que seja necessário alguém por ti pensar!






Me canso de tanto emaranhado
Em pensamento feito do nada
Em cérebro agatanhado
Qual gatinha em canto assustada
De leoa pensares ter sido
Acabares acabronhada
Em sítio incerto
Sem volta
Incerro

domingo, 1 de maio de 2011

O primeiro... de Maio!!

Poderia ter sido Manel não o tivessem tirado e atirado para longe em dia de trabalhador, pois mãe tua em penoso e cansativo trabalho de apertado parto assim quis que o dia fosse festivo,mal amado em politiquices remotas em tempo de estado novo. Pintaste a manta em cama feita de crenças e desavenças em anos tantos providos de canseiras, idos e pardacentos de glórias e paixões amores e desilusões inventados por velhas tradições de  cabeças ocas providas de coisa alguma pensando que pensam acussadas de demência tal, quão alimentadas por coisa nenhuma. Em fraco viver seu frustradas mal amadas quiçá mal fodidas, descarregam a frustração em feiras de ocasião de falar barato feitas baratas tontas saídas de podres buracos enojadas e enraizadas de tanto fervor, mas tementes a deus seu, qual beatas ouvidas por charlatão em seu dourado altar debitando preces de ocasião.
Manel ido, só, e traído pela solidão de gentes que se empurram e ganham espaço segue à frente em turbilhão julgando-se donos da razão em procissão de mal dizer, que em convulsões de nojo dar a famintos caninos que em dentes aguçados abocanham tamanha ingratidão.Ignobeis pois então!

Primeiro de Maio
Que primeiro foi
Em muitos outros
A vez primeira
Que passou
Sem passar
Em coisa
Alguma
Pensar
E foi








sábado, 23 de abril de 2011

Amêndoa Amarga

…Do outro lado se cansaram do seu viver e sem mais delongas se afastaram como de lerpa se tratasse e fossem morrer. Canto seu, e no seu canto paira um encanto quão desmedido e amiúde desmentido.


Páscoa sem amêndoas quem se importa, o doce amargo de um trago de seca saliva em lábios destorcidos de tanto espanto por feitos impensados acrescidos de muita tortura em face dura, na luta desigual entre o bem e o mal.

Em barba branca se esconde e esconde o doloroso traço do bisturi em sacagem de tão arreiçado bicho que lhe consume o tino, quiçá também o destino.

Entre isto e aquilo, e mais o estranho da escuridão e solidão, palpites se dão como se de criança fosse e tivesse mole coração…-cuitadito, não morrerá do mal, do bem morrerá, por tantas em ansiedade de ocupar espaço à pouco desocupado… a luta sem igual e desigual continua em dias de esperanças poucas, outros nem tanto assim…por gente boa haver e ter em seu querer acreditar que tudo vai acalmar, a tempestade passar e a bonança voltar.

Em Santa Maria navega na esperança qual criança em sonhos seus, em homem feito ateu, que a Santa passe em seu festivo altar e não pare em encomenda de corpo seu.

Quarto vazio de menina da sua paixão, rolam as lágrimas envoltas em recordação de paredes vazias pairando a áurea de tanta emoção.



Tenho saudades de ti, e de mim também

Saudades do que não chegou até mim, parece que estive no além

Perdi o que tive à mão

Sem saber porque razão

Um dia vou saber, ou talvez não

A saudade magoa tanto

E tanto magoa, que ficamos em pranto

E sim, talvez não creias, mas amo-te tanto

Tanto te amo, que acredita, por ti daria vida

Sempre foste a razão do meu ser, só tenho olhos para ti, amor da minha vida

Estás longe, e tão perto, que me dói o coração de saudades tantas

Cresceste tão depressa, que não me deste tempo, de te dar o tempo que tanto querias

O destino não tem compaixão, de quem deixa fugir o amor do seu coração

Mas, coração meu, embora não pareça, és a minha paixão

E um dia, qual dia, havemos de viver em perfeita comunhão

Ao olhar as estrelas, pergunto-me, qual a razão?


Estava com saudades tuas, amor do meu coração!

terça-feira, 22 de março de 2011

SABES PAI ...!!!???





…Nunca fomos dados a datas

Nem esquecidas e lembradas

Apenas e só amarmo-nos mutuamente

Tão-somente com o coração, eternamente

É bom ter-te assim, simplesmente

Sem cobrar coisa alguma

Discretamente uma vida inteira

Serás sempre o meu ídolo

Por muito que arranjem um tal antídoto

Caminharemos sempre lado a lado

Nada nem ninguém nos impeça

Mesmo que pareça coisa tola

Há quem não pense desta maneira

E compre o amor com peneira

Fazendo da vida uma asneira

Tão somento à sua maneira

De forma  fria e distante

Como uma coisa estanque

Por quem lutei uma vida inteira

Em vão,abrindo de tudo a mão

Como se tudo fosse ocasião

Deixando gentes em solidão

Perplexos,em meditação

E por quem tu,pai,sofres e de que maneira

Um dia talvez, talvez um dia

A nossa menina

Volte à origem devida

De coração aberto a  perdoarei

A ela,só mesmo,a outros não o farei

E tão feliz ficarei

Como um principe,e tu pai,um rei


AMO-TE PAI


segunda-feira, 7 de março de 2011

Passadas do passado

Em tempos plantou esperanças pelos caminhos que alegraram o viver,  tristeza e espinhos misturados com dor e sofrer. Fez promessas não vividas em estranhas palavras loucas, com lágrimas enternecidas no reviver de coisas poucas. Teve desejos inocentes que se perderam sem glória, misturadas com paixões ardentes que morreram sem história. As surpresas e desenganos num caminhar de águas mansas, envolvidas em sofrimentos desumanos confortados com breves esperanças. Em peito seu  moram cravos que não cessam de chorar, tintos de sangue e escravos, cansados do longo caminhar. Em  garganta sua  ecoam  gritos soluça o desejo da loucura,porfiando agoniza a sós os espinhos da amargura. Em olhos seus chora a dor da crua mágoa silenciosa, fonte duma paixão sem amor, pranto de vida que não harmoniosa. Em  braços seus se cruzaram sonhos em sorrisos de alegria e emoção, aos ventos de terra sua perfumados de urzes e alecrim que pelos contrafortes dos caminhos odorizam montes sem fim. Olhou eternecidamente as águas cristalinas  inundadas de melodias, de tempos felizes que lhe fizeram os dias. Passeou finalmente em sonhos de infância sua do jeito que o alegravam, quantas ilusões de criança nas fantasias que o encantavam...envolto em penumbra sua com passadas apressadas,se despediu do presente,se deliu no passado,ficando eternamente ausente.

sábado, 5 de março de 2011

Bácoro

Senhor, levais uma vida de esgoto
Tão imundo quanto um escroto
És realmente um porco
Que te alimentais de tudo um pouco

Pensais até que de um mandarim
Que de bobo se fazei
Para gáudio de vós, pensais assim
Cuidando tendes que ter, tal pensamento vos matai

Há vossa volta te serve um jardim
Com odor a jasmim
Nele plantado uma flor
Que serve, e vos serve com desprimor

Um dia, a chuva terá fim e vos murchará o pudor
Secará o terreno envolto, com suave cheiro a alecrim
Tão petrificado ficarais, tão agonizante o odor
Não tereis salvação, no esquecimento ficareis assim

Nem as cinzas vos servirão
Para alma encomendada em oração
Pois em vida nunca demonstrásseis alguma compaixão
Prova disso será, na extrema unção


Levais contigo segredos, que julgais nunca contados
Enganado estais, e nunca o saberás
Por alguns contados sim, por tanta afronta e desencantos
Te perdoará talvez Ele, não tanto  Satanás

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Memórias




Quando olhava os trôpegos velhinhos trémulos no andar rumo ao sol-posto, lembrava-lhe os caminheiros sozinhos com o cansaço estampado no rosto. Nas noites calmas vigiam, acordados, o luar que lentamente desaparecesse, revivem dos tempos passados os sonhos que a mente não esquece. Solitários nas escuras noites sem sono com memória quase esgotada e gasta, são como folhas caducas no Outono  perdidos nas recordações primeiras com o pesado corpo que se arrasta empurrado pelas forças derradeiras. Recordava com nostalgia como os dias corriam lentos na sua juventude eterna, parecendo parados nos tempos tal era a placidez amena do relógio no tempo ritmado que marcava a hora serena num compasso matraqueado! Como rolavam, como calmo mar em que as ondas beijavam areias duma praia ainda morna do sol, com corações que batiam apressados no calor da chama que os animava com sonhos pelo amor abrasado, em que os corpos se casavam lençol da areia fina deitados. Como lembra os perfumados campos tintos de silvestres flores e de negras amoras maduras, que emolduravam os quadros naturais com multicolores enfeites e cores que faulhavam e cintilavam nas dunas no silêncio e sossego ,onde só o murmurar das fontes ,o longínquo cantar dos pássaros morava naqueles ermos montes. Como se escoavam as tardes rosadas no entardecer de panorâmico encanto, quando o astro rei dava o último sorriso antes de recolher ao seu nocturno leito nos braços de Morfeu adormecidos pelas deusas do paraíso embalado reparava as forças e o sono perdidos.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Meditando

Por aqui me passeio pela força da natureza

De preto me visto no pensamento,

Ao olhar o infinito,tenho a negra visão da clareza.

Em humano triufante glorificado,eternamente,

Como a criança atraída pela beleza

Fascinado revolvo Universo distante.

Voando com asas de Condor

Na luz das estrelas,penso um instante,

Recordo a terra com dor.

Frenética batalha trava a ciência

Com a suprema força que domina

Todo o Cosmos que pela inteligência,

As estrelas olha no escuro universal.

Distantes da Terra no universo brilhando,

Olhos perdidos no infinito astral

Que lenta descoberta vai desvendando.

Humanos nos torna e parte divina

Eterno ingénuo o homem medita,

O Natural e Divino que o atormenta

Na viagem buscando origem infinita,

A luz da esperança que o alimenta.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Maria

Maria embranha-se na neblina em manto acolchoado real e nupcial.Com o romper do sol a beleza torna-se encanto,alindando a manhã bordada a cristal.Presa nas ervas que cobrem outeiros, ergue-se ao sol em concha rutilante,afagando os suaves matinais nevoeiros.
Maria ao passar as colinas,torna-as em tons esverdeados diluídos na luz que passa entre silhuetas esbeltas.Maria mãe natureza acorda de sonhos encantados,o mundo agita-a na euforia das gentes.Pairam as nuvens meigas e ligeiras em cabeça sua,como ténue véu que lhe beija os pés.Espreita-se ao sol que pelas ladeiras desce lentamente dos cumes aos sopés,cansando Maria  seus pés,de tanto calcarrear,e aos sete ventos cantar melodias de encantar .Maria olha o casario no vazio do mundo feito de nós amontoados em novelos,em surdina murmura o ribeiro profundo libertando  agruras feitas de pesadelos.Maria ouve-se nos outeiros e nas quebradas ternas melodias entoadas por cantores feitos passarinhos,lembrando cancioneiros e trovadores.Maria entrelaça-se nos píncaros como teias,no silêncio absoluto e avassalador,arrumando os pensamentos e as ideias,quebrando as amarras da vida interior.Maria abre as grilhetas do acorrentado viver,admirando os confins de paisagens belas,esquecendo-se do mundo  no sofrer mergulhado.Maria tem vivência dura construída de  ébrios sonhos da beleza que enche a imaginação,gozando a montanha que se ergue altiva,quanta tristeza lhe escapa com emoção na fuga à realidade passageira e furtiva.E Maria,sempre Maria,e mãe da natureza eternamente, ouve melros e pardais,e outro passarinhos que tais,procurando seus ninhos nos outeiros, e também nos arrozais.No simples nome de Maria,encanta ventos,mares e maresias vindos das profundezas dos oceanos,encantando e cantando,Avé Marias até!

E Maria,simplesmente,sonhou um dia ser mãe nem que fosse por um dia.de um qualquer trovador,porque eternamente mãe da natureza será com muita paixão e amor.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Ano que findou...outro igual começou

Sem sombra na perder de vista Lezíria,

Onde milheirais dá gosto à vista,da  vida,

Pelo sol enegrecido, tantas horas de labuta,

Recompensado com ausência de fartura

A côdea de pão com suor revestida.

Trapos feitos lenços que cobrem o rosto

Retalhos como túnica em campo ardente,

Luta árdua em sofrimento, pelo pão com gosto

Onde a tristeza sempre presente se alimenta.

Da terra erguido, que lhe deu o sustento

Às rudes mãos se agarra, o milho dourado,

Boca com mingua saliva de alimento servindo.

Queimado corpo pelo calor escaldado

No turbilhão do infortúnio e solidão

Em maldita sina, que lhe destrói a alma,

Homem do campo que desespera por uma amiga mão.

Que em caminho seu, o conduza a um mundo que lhe acalente a alma.

Da ida e vinda ao olhar um alcatraz

Sempre sonhando no dia que lhe traga paz

Dia inteiro em corpo vergado

Em desumano esforço de tortura e afronta,

Desespera em sopro derradeiro

A tortuosa caminhada que ruma à sepultura,

No ano que findou,

E as costas lhe voltou.