terça-feira, 22 de março de 2011

SABES PAI ...!!!???





…Nunca fomos dados a datas

Nem esquecidas e lembradas

Apenas e só amarmo-nos mutuamente

Tão-somente com o coração, eternamente

É bom ter-te assim, simplesmente

Sem cobrar coisa alguma

Discretamente uma vida inteira

Serás sempre o meu ídolo

Por muito que arranjem um tal antídoto

Caminharemos sempre lado a lado

Nada nem ninguém nos impeça

Mesmo que pareça coisa tola

Há quem não pense desta maneira

E compre o amor com peneira

Fazendo da vida uma asneira

Tão somento à sua maneira

De forma  fria e distante

Como uma coisa estanque

Por quem lutei uma vida inteira

Em vão,abrindo de tudo a mão

Como se tudo fosse ocasião

Deixando gentes em solidão

Perplexos,em meditação

E por quem tu,pai,sofres e de que maneira

Um dia talvez, talvez um dia

A nossa menina

Volte à origem devida

De coração aberto a  perdoarei

A ela,só mesmo,a outros não o farei

E tão feliz ficarei

Como um principe,e tu pai,um rei


AMO-TE PAI


segunda-feira, 7 de março de 2011

Passadas do passado

Em tempos plantou esperanças pelos caminhos que alegraram o viver,  tristeza e espinhos misturados com dor e sofrer. Fez promessas não vividas em estranhas palavras loucas, com lágrimas enternecidas no reviver de coisas poucas. Teve desejos inocentes que se perderam sem glória, misturadas com paixões ardentes que morreram sem história. As surpresas e desenganos num caminhar de águas mansas, envolvidas em sofrimentos desumanos confortados com breves esperanças. Em peito seu  moram cravos que não cessam de chorar, tintos de sangue e escravos, cansados do longo caminhar. Em  garganta sua  ecoam  gritos soluça o desejo da loucura,porfiando agoniza a sós os espinhos da amargura. Em olhos seus chora a dor da crua mágoa silenciosa, fonte duma paixão sem amor, pranto de vida que não harmoniosa. Em  braços seus se cruzaram sonhos em sorrisos de alegria e emoção, aos ventos de terra sua perfumados de urzes e alecrim que pelos contrafortes dos caminhos odorizam montes sem fim. Olhou eternecidamente as águas cristalinas  inundadas de melodias, de tempos felizes que lhe fizeram os dias. Passeou finalmente em sonhos de infância sua do jeito que o alegravam, quantas ilusões de criança nas fantasias que o encantavam...envolto em penumbra sua com passadas apressadas,se despediu do presente,se deliu no passado,ficando eternamente ausente.

sábado, 5 de março de 2011

Bácoro

Senhor, levais uma vida de esgoto
Tão imundo quanto um escroto
És realmente um porco
Que te alimentais de tudo um pouco

Pensais até que de um mandarim
Que de bobo se fazei
Para gáudio de vós, pensais assim
Cuidando tendes que ter, tal pensamento vos matai

Há vossa volta te serve um jardim
Com odor a jasmim
Nele plantado uma flor
Que serve, e vos serve com desprimor

Um dia, a chuva terá fim e vos murchará o pudor
Secará o terreno envolto, com suave cheiro a alecrim
Tão petrificado ficarais, tão agonizante o odor
Não tereis salvação, no esquecimento ficareis assim

Nem as cinzas vos servirão
Para alma encomendada em oração
Pois em vida nunca demonstrásseis alguma compaixão
Prova disso será, na extrema unção


Levais contigo segredos, que julgais nunca contados
Enganado estais, e nunca o saberás
Por alguns contados sim, por tanta afronta e desencantos
Te perdoará talvez Ele, não tanto  Satanás