sexta-feira, 17 de junho de 2011

Virgolino ao telefone com Virgolina!

Entre a felicidade do teu telefonema que alguma, não, muita paz trouxe ao meu espírito, duas máquinas de roupa suja e umas calças de ganga passadas a ferro com João Chaves e o "Oceano Pacífico"como companhia, me oferece dizer o quanto é importante ainda ter uma réstia de esperança de voltar a ter um sorriso franco e de alegria muita. Há quem vá a pé e de joelhos a Fátima num horror de sofrimento inexplicável, mas que respeito de sobremaneira não me imiscuindo em tamanha fé. Tenho uma Virgolina (Desculpa a simplicidade do adjectivo) terráquea racional, simples e normal que consegue transformar o meu desespero e angustia num brilhar de luz e esperança que me indica o caminho certo e a seguir. Por entre multidões encontrei-te qual andorinha na primavera em vida minha...eu sei que, estarás a retorquir: não há necessidade de troca de galhardetes, mas aqui o Virgolino o que sempre melhor fez na vida foi reconhecer quem bem lhe faz, a troco de nada, ou tão somente a sensação de praticar o que o teu Deus de oferenda te doou, a divinal forma de lidar comigo. Tive hoje um dia atípico, em tudo pensei...e tudo porque sonhei um estranho sonho...que me deixou podre de saudade, saudade da felicidade, de tempos idos e bonitos. Sonhei com a menina dos meus olhos que se demitiu de o ser , e de igual modo com a cara-metade. De uma metade inteira de vida,de vida que desistiu! Mas no sonho, tudo foi perfeito, diria mesmo que real, que realmente foi em tempos idos.

Virgolina, não sei se é normal neste meu processo de "luto"? Mas tive tanta saudade e vontade de correr para as "minhas "mulheres, as da minha vida, sim...mas que não são minhas, porque assim o entenderam, mas que tive saudades, tive.Será normal Virgolina? Pois, pelo teu semblante, talvez seja não é?...e tive vontade de me ir...!!!

Fui feliz, muito feliz...Com dúvidas cheguei, com certezas parti!

Surpreso olhei o relógio, foi num ápice. Mas que bem que me soube. Dei-te as boas tardes, e saí, sem me enganar, à cautela deste-me um lamiré orientador, não fosse eu parar a sítio nenhum! Reaprendi a respirar! Obrigado Virgolina.



Do melhor que temos falado...o manivelar da máquina do tempo aproxima-nos,Virgolina…muito bom,muito mesmo…estava a precisar!



…E agora já é dia 17 de Junho, por precisamente já passar da meia-noite e outra dia raiar não tarda…mas o 16,ficará como lembrança boa, como bóia de salvação para tempestades que se avizinham!

O telefone desligou, e Virgolino pensou! Amanhã é outro dia, igual ao de muitos outros!

segunda-feira, 13 de junho de 2011

ESTRANHO DOMINGO!

Por volta das seis da manhã rumava ao aeroporto de Lisboa para familiares deixar com destino a África do Sul.Com simpatia e agradecimentos de mim se despediram.Desejei-lhes boa viagem e sem destino me fui. Precisamente sete horas e trinta, com missão cumprida. Onde vou? Para casa não, de lá tinha saído ainda não há muito.A 10 limpa de trânsito, segunda circular idem aspas, tudo a correr bem e depressa demais!Para onde vou? Ah, já sei? E num piscar de olhos Hospital Júlio de Matos adentro, seria aí que iria passar as horas seguintes fazendo  tempo para coisa nenhuma,coisa que não me falta mesmo é tempo,até um dia ficar sem tempo...!!! Na portaria nem viv’alma, fosse traficante ou santo, igual seria, nada de controlo.Entrei, estacionando o Já conhecido carro por aquelas bandas, à sombra da majestosa árvore que tantos pensamentos me têm dado. Ao longe uma silhueta de andar cabisbaixo, pensando que pensa coisa alguma, e mais outra, e outra. E por aqui se ficou tão triste visão minha, talvez por domingo ser, e mesmo estes seres desprovidos de o serem, também folga tenham metido, afinal o domingo é descanso geral.Sentei-me em frente ao alojamento psiquiátrico, vejo uma pessoa com olhar vazio acenar-me numa janela entre-aberta, ripostei-lhe do mesmo modo…e desatei a chorar qual criança abandonada, sentido o que poderia sentir se por ali estivesse hospedado…coloquei os óculos escuros, não fosse algum auxiliar me ver naquele pranto, e prontamente arranjar colega para tão triste figura à pouco avistada na janela em frente!

Sem parar de lágrimas me inundar, saquei da minha inseparável sebenta e meditei em forma de escrita:

"...FODA-SE, QUE PUTA DE VIDAS!"