quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

NATAL

E pensou ... Afinal existo!

E tantos acreditam em Jesus Cristo.

Azul do céu, verde dos prados, era o Criador ser suposto,

descalço e roto,tapando o rosto.

E de tanto pensar , omito,

verdades de dizer  o que sinto.

Sinto nada com tanto fervor,

e tanta comunhão,em volta da lareira e  seu calor.

E porque o natal chegou,mentem,

Não mentindo,o natal é uma data.

Para alguns nem isso,porque os marca,

E tanto marca que os mata,

Pelos que mentem nesta data.

sábado, 18 de dezembro de 2010

EVENTOS LÚDICOS

Na sequência da formação da secção cultural do “pontapé pr’a frente”, decidiu esta aproveitar a ocasião que se nos depara, para levar a efeito a sua primeira acção a nível oficial com a criação dos prémios “LIMÃO” E “LARANJA”, respectivamente para os azedos e os doces, ou seja os simpáticos e os nem por isso, prémios esses que passarão a ser atribuídos, sempre que julgarmos conveniente,nomeadamente aquando do jogo da pilota,leia-se "bola".

Para conseguirmos deliberar com o máximo de isenção, criamos um júri que por motivos óbvios pediu anonimato, a fim de não ferir susceptibilidades, júri esse que apreciou relatórios detalhados sobre diversos nomes por nós apontados como candidatos aos prémios.

Os parâmetros considerados como essenciais formam os mesmos utilizados para a eleição de Miss Potugal, como por exemplo, perímetro da caixa-de-ar, altura de pernas, tamanho de pé, perímetro de bíceps, etc, além de outro tipo de qualidade de índole moral, de cultura geral, e mais importante ainda a vertente sexual, onde foi analisada em detalhe a capacidade viril (de referir que este ponto, foi como qualquer medida de
Capacidade, medido em m3).
O júri depois de reunir para deliberar durante três dias e três noites ininterruptamente decidiu atribuir:

PRÉMIO LIMÃO-"CABEÇUDO" (alcunha devido a ter partido o cimento do muro que delimita o campo com a cabeça, numa jogada aparatosa,sendo que o invólucro que alberga a minúscola ervilha,espécie de cérebro, não sofreu qualquer tipo de dano,além do que já tinha,de ser acéfalo ).

Um moço que sofreu ao longo dos tempos uma transformação radical a nível desportivo, pois transformou-se numa autentica fera quando em competição, revelando um mau perder fora do normal o que não se coaduna com os nossos ideais desportivos que são coincidentes com os do Barão de Coubertin, que como sabem disse que o importante não era ganhar, mas sim partecipar.Como foi possível uma pessoa afável e de bom trato se transformar de tal maneira quando em competição.
Teve apenas a seu favor a sua reconhecida capacidade viril, que se revelou, segundo informações recolhidas junto do sexo feminino, muito aproximadas dos máximos previstos nas tabelas dos verdadeiros machos-latinos.

PRÍMIO LARANJA-"TICO PILA" (alcunha devido a passar muito tempo na net, a ver filmes porno)

Ao contrário do prémio Limão, continua a revelar o mesmo fair Play, a mesma simpatia e savoir faire, dentro e fora do campo, acrescido do facto da sua capacidade viril ser equiparável ao seu colega "Cabeçudo", com a particularidade muito interessante da sua intensidade sexual aumentar proporcionalmente com a bebida alcoólica ingerida, o que pesou bastante na decisão do júri, por ser um facto verdadeiramente notável.

Acresce por fim dizer, que o evento terminou com a intenção de se organizar um baile, mas que não passou disso mesmo, de uma intenção, por falta do sexo oposto…com a justificação das ladies do estado de embriaguez de todos, o que levaria a não darem conta do recado, o que seria muito desagradável para a reputação dos “engatatões”cá do sítio.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Q'sará Pá ?

         


O rochedo de Gibraltar foi dos lugares mais hilariantes que Jacob conheceu, muito em parte devido à proliferação de macacos, não daqueles de nariz, mas sim dos de cú de melancia, tipo tomates.Jacob estava estarrecido por via de tantos macacos andarem livremente por tudo quanto é sítio ao invés das pessoas que eram controladas e de que maneira. E vai daí, uma inevitável macacada, melhor dizendo, várias, teriam que se passar comigo, pensou! Ao passar pela fronteira que media o território espanhol dos Gibraltinos, a sua mulher Jacoba foi presa por a considerarem suspeita de tráfico de contrafacção, pela simples razão que estava muito bronzeada do verão que se despedira, e por ela se despir amiúde e sol apanhar para ficar da cor do chocolate, coisa que não precisava, por muito morena ser, mas eu aí não meto a colher, dizia . Suspeita por ter ar de Marroquina, teve que usar toda a “diplomacia”para convencer os "Gibroespanhois", qual estúpidos que nem uma porta sem casa, que sua cara metade apenas estava bronzeada de muitas horas a trabalhar para o bronze, e nada tinha de Africana. Pouco ou nada influenciou a explicação, talvez devido à palavra “trabalho”não soar muito bem por aquelas bandas, e a palavra bronze soar-lhes a batatas com bacalhau, que como é sabido, não é o prato apreciado daqueles indígenas. Ao fim de longas “negociações” lá convenceu a dita "autoridade" dos factos, sendo finalmente Jacoba “liberta”, não se livrando de um enorme susto. Hoje ri da situação, embora na altura não achasse piada nenhuma. E piada também não achou quando pouco tempo depois contou a insólita aventura a um suposto amigo, daqueles a quem se diz que as batatas se apanham no mar, e os peixes em terra, coisa que acreditam piamente, mas em histórias destas, não! Jacob incrédulo ficou ao constatar o contar da sua versão de diferente maneira por um parente interveniente no sucedido, que acredita no pai natal, e tem por hábito armar-se em cão com pulgas sem as sacudir, e de tal forma assim é, que acreditou quem não tinha acreditado na narrativa de Jacob, porque foi contada de forma sisuda e sem graça, sendo que o historiador divertia-se imenso a historiar acontecimentos por si presenciados, não tendo pejo de rir das situações anómalas em que se envolvia. Resolveu a situação como sempre o fazia, com total indiferença, para não acicatar situações desagradáveis que poderiam ocorrer caso persistisse na sua versão. Chegando à primitiva conclusão que afinal ainda existe gente primitiva, e que o homesapiens é coisa do passado.
Adiante então,não vá voltar nova macacada ...!!!







                 

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

António

…Era Dezembro, bem perto do Natal, em que muitos o têm todos os dias, alguns nem tanto, outros nunca. E nunca o António o teve, teve sim, muitas bocas famintas em casa para alimentar, e tantas vezes com côdea de pão, acompanhado com sonhado suculento bife, no interior de vazio pão. E pão foi pedir em esmola de precisão, e tão cansado da fartura de tanta fraqueza no seu esquelético corpo,que inanimado caiu  no chão que tantas vezes lhe serviu de colchão, mas agora não, era mesmo sem intenção,o mesmo  pensava seu débil coração. Imóvel como se de morto fosse o facto, e como tal facto consumado, gentes feitas de nada, e do nada,ou talvez de inania, apressadas e indiferentes contornavam aquele corpo como se de uma beata que cinicamente se benze dúzias de vezes, e também cigarro mal apagada fosse, e não fossem “queimar” a postura de altivez e estupidez se debruçassem por alguém que nada lhes dizia, tanto na vida, como em vida. E o tempo passou sem que nada de novo se passasse, continuando a vida da vidinha de gentinhas, e o corpo ali inerte, de si não dava vida, mas ainda teria vida, vivida e bem em tempos idos, não agora ali no chão sujo de tantos pés bem calçados de sapatos de verniz, comprados e feitos à custa e conta de tantos desprovidos da sorte, também daquele infeliz talvez, que descalço estava, pois de sapatos só restava duas guitas que serviram de atacadores, a tão atacados pés com frio.

Chovia copiosamente, e que jeito dava aquelas gente indiferentes que passava como se nada se passasse, que ao abrigo de quentes gabardinas e aconchegantes cachecóis, cobriam a cara da vergonha, idem os olhos em curtas vistas, para que da desgraça alheia se alheassem ao quase morto desafortunado da fortuna, pelo frio cortante e enregelante de impiedoso tempo,que a destempo o apanhou desprevenido, da total ausência de migalha que fosse em estômago seu, para que em força desumana se erguesse em réstia de humano, e humanamente se abrigasse e se acabasse condignamente…e a intempérie terminou, e terminou também o sofrimento daquela pessoa que gentes não o consideraram gente…António, jaz! Também que pena algumas possoinhas o estivessem, que essas sim, andam por cá sem sentido, apenas e só com o sentido de nada sentirem, o sentido sofrimento dos que o sentem…!