quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Q'sará Pá ?

         


O rochedo de Gibraltar foi dos lugares mais hilariantes que Jacob conheceu, muito em parte devido à proliferação de macacos, não daqueles de nariz, mas sim dos de cú de melancia, tipo tomates.Jacob estava estarrecido por via de tantos macacos andarem livremente por tudo quanto é sítio ao invés das pessoas que eram controladas e de que maneira. E vai daí, uma inevitável macacada, melhor dizendo, várias, teriam que se passar comigo, pensou! Ao passar pela fronteira que media o território espanhol dos Gibraltinos, a sua mulher Jacoba foi presa por a considerarem suspeita de tráfico de contrafacção, pela simples razão que estava muito bronzeada do verão que se despedira, e por ela se despir amiúde e sol apanhar para ficar da cor do chocolate, coisa que não precisava, por muito morena ser, mas eu aí não meto a colher, dizia . Suspeita por ter ar de Marroquina, teve que usar toda a “diplomacia”para convencer os "Gibroespanhois", qual estúpidos que nem uma porta sem casa, que sua cara metade apenas estava bronzeada de muitas horas a trabalhar para o bronze, e nada tinha de Africana. Pouco ou nada influenciou a explicação, talvez devido à palavra “trabalho”não soar muito bem por aquelas bandas, e a palavra bronze soar-lhes a batatas com bacalhau, que como é sabido, não é o prato apreciado daqueles indígenas. Ao fim de longas “negociações” lá convenceu a dita "autoridade" dos factos, sendo finalmente Jacoba “liberta”, não se livrando de um enorme susto. Hoje ri da situação, embora na altura não achasse piada nenhuma. E piada também não achou quando pouco tempo depois contou a insólita aventura a um suposto amigo, daqueles a quem se diz que as batatas se apanham no mar, e os peixes em terra, coisa que acreditam piamente, mas em histórias destas, não! Jacob incrédulo ficou ao constatar o contar da sua versão de diferente maneira por um parente interveniente no sucedido, que acredita no pai natal, e tem por hábito armar-se em cão com pulgas sem as sacudir, e de tal forma assim é, que acreditou quem não tinha acreditado na narrativa de Jacob, porque foi contada de forma sisuda e sem graça, sendo que o historiador divertia-se imenso a historiar acontecimentos por si presenciados, não tendo pejo de rir das situações anómalas em que se envolvia. Resolveu a situação como sempre o fazia, com total indiferença, para não acicatar situações desagradáveis que poderiam ocorrer caso persistisse na sua versão. Chegando à primitiva conclusão que afinal ainda existe gente primitiva, e que o homesapiens é coisa do passado.
Adiante então,não vá voltar nova macacada ...!!!







                 

2 comentários:

Anónimo disse...

Ó ,Ó mas quem será a mãe da criança(Jacoba).Continuas sempre com essa maneira muito peculiar de ser um bom contador de histórias.
Adoras encantar e contar....


P.P

XR disse...

Vitor, este foi um dos textos mais engraçados que partilhaste connosco.
Tens um grande sentido de humor e cada vez dá mais gosto ler-te!

Bjs