…concentração nos limites, e mais uma vez com total êxito. Tantos anos a fazer o mesmo, sempre da mesma maneira, mas com perícia tal que ficaram como no inicio, a saber o mesmo, nada. Ou por outra, com a certeza que não batia certo, mas certamente sem saberem como? Milhares de vezes, centenas de horas, pares e pares de olhos a tentar descurtinar, estrategicamente ocultos, mas invariavelmente sempre o mesmo resultado. Nada de nada, nadica mesmo. De soslaio e com ouvidos de mercador ouve sussurrar vozes vindas de bocas semi-abertas de espanto,como é possivel?Onde os olhos de alerta,mais abertos que nunca,indagam? Como fará? Finge que não é nada com ele, respira fundo, sorri descretamente, apenas salientando uma ruga de expressão outrora rasgada por bisturi. E como se bisturi utilizasse, qual operação delicada em mãos de cirurgião experimentado, continua a saga de operar milagres. Milagres para ele, pesadelos e visões destorcidas para aqueles olhos, cegos pela certa, ou não? Sem que as mãos lhe tremam, no momento, e só no momento, e num micro segundo, voltou a fazê-lo.Os olhos, os mesmos olhos de tantos anos, mais uma vez nada viram, mas sabem que novamente, e mais uma vez aconteceu. Mas como? Os olhos, quais olhos? Se fossem verdadeiros olhos, veriam, mas como sempre quais toupeiras ficaram às cegas. Provavelmente porque esses mesmos olhos se fossem utilizados como olhos de ver, veriam, mas não, preferem fingir que vêem,e com tal continuam na penumbra da ignorância. E um dia, como tantos outros escreverá as suas memórias, e aí, de uma maneira subtil levantará a ponta do véu. Mas será que mesmo assim, os olhos que nunca viram, os mesmos que cansados de tanto ver, ao ler, iram perceber e ver como se fazia? Talvez não, por uma lógica cronológica se fecharão primeiro, não chegarão a ler, e como tal a ver.
...e mais um dia igual a tantos outros,as costas voltou com olhar triunfal aos olhos,os mesmos que no dia seguinte irão tentar ver.E conseguirão?
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7 comentários:
Saramago, retratou a cegueira de olhos daqueles que à sua frente está o que não querem ver, no Ensaio sobre a Cegueira. Tu retratas o mesmo, conforme diz o ditado popular, afinal... em terra de cegos quem tem olho é Rei.
gostei muito.
Desculpe, Vitor! Sou a Maria João, do poetaporkedeusker. Não consegui comentar sem ser com o endereço gmail... mas gostei muito deste texto!
Abraço!
..."Quanto mais olhas,menos vês"...provérbio português!Tal & Qual.
BI
Amigos,andaram por lá perto...mas não tanto assim!!!...será mais,quem tudo quer,nada vê,e nada tem...!!!EGOISMO!
Olha meu amigo,lá que está um texto,bem escrito,sem sombra de dúvidas está.
Misturas muitos sentimentos aqui,cheira-me a um bocado de vaidade desmedida,tua.
Não sendo cego,todos nós temos vários OLHOS, e alguns OLHO DO......são engraçados mas referindo aos OLHOS de ver cada um vê há sua maneira,senão isto não tinha piada nenhuma....segue em frente!
Caríssima anónima (?), tens razão quando dizes que tenho uma vaidade desmesurada…mas só no sentido de ser quem sou, de ter um grande leque de amigos, onde te inclue-o, e de ao longo da já minha meia centena de aniversários ter tido algum protoganismo na sociedade civil na terra que me viu nascer, sem nunca ter “atropelado”alguém para o conseguir… (assim um pouco ao teu estilo, só com convicções!) …e se isto é vaidade desmesurada, sim, sou vaidoso…em relação ao post, e vou só levantar um pouco da “poeira”, falo de alguém que toda a vida fingiu gostar de mim de uma forma cínica e hipócrita, e invariavelmente me tenta prejudicar…mas no tal micro segundo, salto por cima, e deixo-o a “nadar de costas”…e mais não digo! Talvez um dia…nas minhas memórias
...ver? de novo? amanhã? os meus, com óculos....acho que sim.....
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