Por si só tudo resolvia,soluções insolúveis até. De espanto se questionavam quem de perto com ele partilhava a vida, e vidas sem vida alguma, também.
E um dia, de tantos iguais, um foi diferente do tal, que o próprio mais cedo se recolheu, escondendo-se por detrás do sol, assustado que ficou com tamanha diferença.E assim noite se fez, cantando as cigarras, decorrendo o verão propício a tamanha cantoria, em apressado passo para dar lugar a um Outono desesperado de tanto esperar por sua vez de reinar.
Cantando as cigarras, uivando os lobos lá longe na pradaria, preparando-se para mais uma caçada nocturna, e ele, ao som das cigarras, dançava, qual dança com lobos, que estupefactos ficaram com tamanha ousadia que ainda em pleno dia, caminhando para as trevas, com pouca, mas luz solar ainda, imponente em sua caminhada desbravada,quanto ousada, com passo firme de meter medo até à sua própria penumbra,que deslumbra uma sombra tão ténua,do fim do dia chegar,sem eira nem beira,ou qualquer outro lugar.
Resolveu, mais uma vez resolveu a preceito o enigma feito paradigma, para desespero de quem à muito esperava e desesperava pelo dia em que não o conseguisse fazer, mas fê-lo um dia mais, ao som das cigarras, sem medo dos lobos em alcateia que nem assim satisfizeram o apetite voraz de faminto dia de caçadas fracassadas, para gáudio da plateia sobrevivente, que assim mais um dia, ou noite, ficaram para contar e testemunhar, que ele, sempre ele, e nunca outro, mais uma noite, ou dia, em correrias fugidias do destino que há tanto teima em fim pôr a tanta ousadia feita de carácter inquestionavelmente impar, do bom, portanto.
Até quando?...o questionavam!...até que ela queira em seu colo reconfortá-lo, respondia.
21 comentários:
Carácter inquestionável e bom, coisa cada vez mais rara nos dias que correm e os resultados... vêem-se todos os dias ;)
Bjos
Um texto que se lê a um ritmo apressado e que nos deixa sem fôlego.
Gostei
Beijo
...É mesmo Isa,é mesmo!
Bj*
acácia rubra,uma vida apressada a que levamos,por vezes sem saber o sentido e,para que sentido a levamos.
Bj*
Vitor
Fala-nos da pressa de viver de tal forma que a respiração pára, tudo pára e eu
caio no chão cansada, perturbada, coberta de palavras verdadeiras,
como aquelas que eu gosto de dizer.
Há um ritmo, cada vez mais acelerado, no seu poema.
E no final, sento-me e descanso desse ritmo, mas com vontade de
tornar a voltar e o reter um pouco e dizer - pára, eu te quero conhecer!
Beijos e adorei.
Mª. Luísa
Maria Luisa,quem ficou agora sem palavras fui eu...obrigado mesmo!
Bj*
Já há tão poucos "eles" assim!
Um conto cheio da força de quem sabe o que escreve.
Parabéns!
beijinhos
A escrita é um estado de alma,e este texto tem alma até Almeida,carregado de frenesim entre vários caminhos percorridos,sustentado por uma escrita muito própria de deixar fantasiar quem por aqui passa,lendo e lendo-te nas entre-linhas.não gosto do óbvio,e assim sendo texto para meditar...e sendo assim,gosto como escreves.
B.A.
Fê,de quando em vez,lá sai qualquer coista ;-)
Bj*
B.A.,o que dizer?...Obrigado!
Escreveste em andamento,como uma sinfonia de Choupin,melódica e voltágica em tempo real.Que os lobos não te matem,porque se perdia um ótimo narrador de histórias.
Beijinho
estonteante ...
de vez em quando passo para este lado :)
bj
Teresa
Por mais voltas que se dê, fica sempre a sensação que esta história tem destinatário…apenas tu o saberás, tal a difícil cifra de descobrir a quem. Mas seja lá para quem for, adorei o ritmo e a forma diferente de transmitir algo, ou alguma coisa.
Matilde
Seus textos sempre tazem alguém com uma personalidade forte, única.
Beijos.
Parabéns Vitor
P.Moisão...Achas? ;-)
Bj*
Teresa,e fazes muito bem passares para este lado...acho!
Bj*
Juci,pois,talvez assim seja!
Bj*
César,obrigado!
Mano, continuo na minha, tens de publicar!
Abraço
...Se voltares a tocar bateria,talvez me aventure ;-)
Abraço
Enviar um comentário