...Por ali vagueando espíritos abandonados, em corpos automatizados, com fracas cabeças pensantes.Adolfez em seu olhar, não olhando, cigarros pedia por vício e forma de matar o tempo. Tempo que em tempos o quis matar, e para que a morte não lhe roubasse a vida, despojado foi em tão sinistro lugar. Tempo que corria sem pressa, e tempo havia para tudo, até para que Adolfez em sua demência, mas com laivos de lucidez de quando em vez, reparasse que há mesma hora e dia da semana, num senhor que nunca lhe soube o nome, pelo átrio do edifício entrasse com sereno ar de quem preocupações fosse coisa de muitos outros, e não dele, do senhor…que não sabia o nome.
Adolfez tanto ano tinha de hospedeiro, e mesmo desprovido de bem pensar, pensou?Nã,aquele senhor tantas vezes aqui vem, que pela certa algum mal tem também…e seguiu-o,sem que se fizesse notar, como se alguém notasse anormalidade alguma em Adolfez.E ao senhor viu entrar no gabinete quinze, como também poderia ser no dezoito, afinal eram tantos os gabinetes. Há escuta se pôs, e uma vida contada com mágoa, tristeza e desilusão ouviu com muita paixão, pois por momentos pareceu-lhe ser vida dele. A conversa terminou, ouviu passos e se afastou, sem que ainda ouvisse a despedida do senhor com a senhora que à conversa estava. E que lhe pareceu ser nome de qualquer nome a ver com Madre…mas não de Calcutá !
…E ouviu só mesmo…”obrigado…e, sem jeito!”
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
25 comentários:
Ai ai ai que se calhar foi a pedir uma cunha ;)
Só espero que não leves a mal o comentário, mas não resisti, é que neste país seria mais que normal lol
Bjos
Isa Gt:Não tanto por aí...mais a pedir Ajuda...!!!
Bj*
A demência é um estado de pura lúcidez,apenas que num mundo à parte,mundo esse em que vivia Adolfez.Apaixonante história em texto bem narrado.
Beijinho
O senhor sem nome foi pedir ajuda... ou fazia-o por sistema...
É um episódio de algo que vai continuar? Acho que este início tem "pernas para andar".
Abraço gde!
P.Moisão:...Pois,Adolfez estava demente...mas observador!
Bj*
Maria João:Tem mesmo pernas para andar...é que vai continuar...bem observado!
Bj*
Eu percebi, mas as ajudas, neste país, ganharam outros significados ;)
Bjos
"Sem jeito" e meio demente...
quantos vivem assim,
quantos caminham assim,
quantos sonham assim,
quantos morrem assim...
Quantos? Quantos? Sabe dizer?
Eu não sei, mas os conheço
e posso ser um deles!
Tão real, meu amigo...
Muito bom!
Maria Luísa
M. Luísa
Com "muito jeito" esta história.Há sempre uma alma por aí,precisando de auxilio.
B.A.
Vitor
Isto que vou dizer, nada tem com o que escreveu (a este, eu já respondi com muito gosto).
Se trata de seu perfil e do livro que escolheu,
"Viagem ao mundo da Droga".
Me fez lembrar uma coisa que me aconteceu quando o livro apareceu.
Eu o li, alguém mo emprestou e numa
passagem em que sobem as montanhas de Katmandu sem destino, para morrer...
eu me senti mal, me levantei e caí
no chão, desmaiada.
Nunca esqueci o que o livro dizia e viria a ser, dos maiores cataclismos do nosso tempo e a
destruição dos jovens e da família.
Eu me parece ter tido, uma antevisão do que iria acontecer e
ainda continua a acontecer.
Desculpe o desabafo!
Bjos, M. Luísa
Esta sua história..."tem jeito" !!!
Mais comum do que parece, gostei e também acho que deve continuar...com o mesmo jeito ;-)
Um beijinho
M. Luísa:Não se tenha nessa conta...quem escreve e declama como a Maria, está com o maior dos discernimentos, lucidez e inspiração...na questão do meu livro preferido, é curioso o que lhe aconteceu...e sim,é verdade, é dos maiores flagelos dos tempos modernos.
Bj
B.A.-Tantas sim,almas a precisar de auxilio.
Fê-blue bird:Obrigado pela simpatia...e claro que vou continuar!
Bj*
Isa GT:...Embora com outros significados,ainda vai havendo quem ajude...poucos...mas alguns.
Bj*
Estás no bom caminho.Continua!
Abraço
alô Victor, afinal qual foi a personagem que vestiste agora? tu és o Adolfez, o senhor ou a senhora? gostei, bjsss
J.Filipe:Obrigado.
Abraço
Ana Luísa:...Na volta, nem eu sei...provavelmente...todas!
Bj*
@Vitor:
Essa vossa amizade deixa mossa! Pois que vejo agora os teus textos muito, muito mais fluidos, histórias contadas, histórias corridas. Histórias que poderiam ter sido contadas noutro blog e assinadas por outro nome.
Histórias de gente a sério, em tempos e lugares às vezes imaginados mas não menos a sério também.
Gostei de ler :)
Abreijos!
XR:Estás nesta "nossa"amizade...foste uma das fontes de inspiração...é um prazer saber-te por perto!
Bj*
@Vitor:
Às vezes distraída ou ocupada, mas sempre por perto, sempre disposta a ler-vos e a entrar no baile das palavras trocadas, das palavras dançadas que lançamos à mega-rede quais borboletas.
E quero ler mais desta tua prosa corrida, desta gente real como os Manéis e Marias do nosso amigo John, dos momentos fotografados que aqui expões e que por vezes nos fazem pensar.
Continua a escrever, Xor Peru mas não de Lima, ou quem sabe um dia as tuas histórias lá nasçam, na Lima de lá ou na sua Ponte de cá.
Eu estarei por aí a ler... e já vi que mais gente também. Muito mais ;)
Bjs!
XR:Os teus comentários são um hino ao incentivo de quem tem por entre outros, o prazer de escrever…e sim, com o Jan por perto…é bom tê-lo como nosso amigo ;-)
Bj*
...às vezes penso k não tenho jeito.
Mas é de certeza , uma certeza conjunta de todos nós.
Mas duma coisa eu sei...
A certeza dá-se a kem pensa não a ter...
Abraço de irmão
Mas por aqui há muito jeito...muito mesmo mano,embora não pareça!
Abraço
Enviar um comentário