terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Ana Paula...agarrou a oportunidade!!!


…Uma vez por ano comemora-se o “dia da mulher”.Muitos de nós, maridos, lembramo-nos do dia que assinala o acontecimento, pelos nossas filhas, que nos dizem: paizinho, nós mulheres, temos hoje o nosso dia, porque a vida que levamos anda a velocidade tal, que passamos pela calendarizada data sem pararmos nela, caso não seja lembrada pelas nossas “herdeiras”.E regra geral todos nós,”paizinhos”, e por consequência maridos, fazemos o trivial nestas ocasiões. Um raminho de flores e o respectivo beijo, assinalando assim mais um dia de calendário, que muito jeito dá à restauração e floristas, e um pouco de lembrança que o mundo também é composto por mulheres.
Mas hoje comemorou-se o dia da mulher, da MINHA MULHER, porque assim o resolvi chamar, não só pelo que diariamente faz, provando ao mais alto nível o conceito da verdadeira mulher, mãe, e digníssima companheira de uma vida, por nós partilhada, mas também e particularmente porque terminou com êxito uma etapa importante da sua vida a que se propôs há uns meses a esta parte executar. Não foi fácil, antes pelo contrário, porque ser mãe, dona de casa, exercer uma actividade desgastante de auxiliar de fisioterapia, e por fim ter a não menos desgastante missão de me aturar. Não é coisa que se faça como sói dizer-se com uma perna às costas. Mas de que etapa tão importante para a Ana Paula, e de igual modo para mim, falo eu? Pois bem, a senhora  minha esposa, concluiu hoje a desejada equivalência escolar dada pelas “novas oportunidades”com destinção, diga-se, por registo que ficou lavrado. O tão almejado diploma já está entre-os vários que tem conseguido ao longo da vida, já que acha que o saber não ocupa espaço. O estar em sintonia,e em permanente evolução cultural e  lúdica,dá-lhe o necessário traquejo para enfrenter esta vertiginosa vida que levamos e  consequente enriquecimento do seu curriculum. Estas nuances são pedras fundamentais para estar de bem consigo e com a vida. Estive presente, na medida exacta que não poderia deixar passar em claro tão importante acto, já que nem sempre por esta ou aquela razão estive onde devaria em ocasiões semelhantes ou paralelas, e que a minha mulher bem merecia.E em jeito de conclusão afirmar que para um total êxito  dos formandos, tem que haver uma  total colaboração e empenho dos formadores, cabendo-me  fazer de porta-voz da Paula e por sua iniciativa, e por achar assim justiça se fazer, realçar e sem desprimor para os restantes elementos da equipa técnica, a Dr.ª Sónia, onde uma empatia evidente entre ambas  foi o principal alicerce do final feliz em questão.



Parabéns Ana Paula.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Aprender com as oportunidades...!!!


…Era mais uma noite de “tertúlia”.Há mesma hora, no mesmo recanto, a mesa do costume. Por entre as vidraças embaciadas do bar, destinguia-se a silhueta da estátua do autor do livro“Os Gaibéus”, sendo essa a principal razão da escolha da mesa do costume. Inspirava aqueles amigos a conversas, de fazer inveja àquela figura inerte e nua, que em vida fez as delícias de leitores de todo o mundo literário. Era gente da cultura, acima da média, diga-se! Mas, e há sempre um mas, uma personagem distinguia-se das demais pela forma como abordava e questionava qualquer tema desenvolvendo e direccionando o mesmo de uma maneira tão cativante e inteligente, que os demais intervinientes, fazendo um silêncio sepulcral, bebiam toda aquela panóplia de conhecimentos e ensinamentos. Por sinal, era a mais jovem de todos aqueles “críticos”literários. A páginas tantas abordou-se o tema das “novas oportunidades”, e aí meus caros amigos, a referenciada senhora puxou do baralho, deu cartas, baralhou e voltou a dar, e a todos ganhou a seu bel prazer.Estupefacto, Santos de seu nome, não de santidade, e obviamente ateu, perguntou ao companheiro de mesa mais próximo,que por coincidência era mesmo o que a conhcia melhor, a que se devia tanto acumular de sabedoria da jovem e simpática tertuliana?Ao que lhe foi respondido que fazia parte da equipa técnico-pedagógico do centro das novas oportunidades da terra natal do poeta acima referido,embora outrora na área da saúde tenha tentado a sua sorte,para que um futuro risonho tivesse,mas que por razões que a razão desconhece,enveredou por este caminho de ensinar,partilhando os seus conhecimentos com outros,e em boa hora o fez,reafirmou!Senhora talhada para qualquer missão ou desafio,complementou o "orador" de serviço.Iluminada por Ele,pois então!O curioso comparsa  com satisfação recebeu a informação, pois vinha mesmo a calhar, já que se tinha candidatado para o fim em questão. Não ia perder a oportunidade, e despindo-se de preconceitos tratou de questionar a referida técnica de tudo o que se relacionasse com a função da mesma, para melhor se elucidar para que o êxito não fosse coisa assim tão difícil. Mais estupefacto ficou, pela razão que conforme as questões iam sendo feitas, as respostas não eram as esperadas. Não que não fossem correctas, mas sim pelo convencimento antecipado que haveria facelitismos, apenas por ali se terem conhecido, dando mesmo a entender numa forma algo despropositada de pressionar que conhecia pessoalmente o mentor de tão arrojado projecto. Em vão.Com uma simpatia contangiante, que por vezes induzia em erro outros julgamentos, de uma forma simples e directa, aconselhou o interlocutor a que seguisse os parâmetros normais do processo de inscrição, e consequentemente trabalhasse no duro afincadamente, que os resultados positivos certamente apareceriam. E nesse contexto, e só mesmo nesse, estaria sempre presente para ajudar no que quer que fosse. Mas nunca por nunca ultrapassar as regras estabelecidas para o correcto funcionamento das “novas oportunidades”.Fazia-se tarde, estava na hora de ao aconchego do lar regressar, e Santos fez-se ao caminho, não deixando de pensar, durante o calcorrear da calçada até casa, que de certa forma tinha levado uma lição de humildade, e que futuramente teria que reflectir e analisar melhor as pessoas, antes de dar qualquer assunto do seu interesse um facto consumado…sem ainda ter frequentado o curso, já aprendeu que este se vai basear na análise e formas correctas de estar na vida, e viver em sociedade…muito graças aos ensinamentos dados naquela noite pela técnica…e pensando em voz alta, comentou para dentro do seu âmago! Não me admiraria de um destes dias a ver como directora do instituto, tal a sua capacidade, aliada aos processos correctos e cristalinos que utiliza para desempenhar as suas funções,coisa rara hoje em dia,pois há quem suba na vida sem "escada"…Soube mais tarde em conversa com o estratega deste projecto de sucesso, que já há algum tempo lhe ia reconhecendo estes predicados, e que reconhecidamente muito em parte ao contributo da mesma, o instituto estava entre os mais habilitados do país…e Santos lembrou-se de um ditado popular …“Quem vê caras, não vê corações”…e assim é!

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Entre um café,e um cigarro...!!!


...Manel entrou, olhou em redor e constatou que muito poucos clientes permaneciam na esplanada, único sitio do estabelecimento onde se poderia fumar. Por bons hábitos aquiridos, de que fumar prejudica, a fraca adesão ao lugar em questão, exclamou! Sentou-se estrategicamente virado para a rua,para uma melhor visão ter do que por ali se passasse. Seria uma agradável maneira de passar o tempo até que o inevitável apetite para a refeição intermédia do dia chegasse, observando os transeuntes na azáfama do dia a dia. Sempre gostou de analisar o comportamento das pessoas, que por pressa de afazeres profissionais, ou simplesmente pela calma de um agradável passeio, fazem quadros em movimento,quais impressionistas,ou com expressões surealistas. Manel aglutinava de uma forma deliciosa aquele visionar de "telas"fora de uma galeria. Por ali permaneceu um bom par de minutos, chegando finalmente a hora do repasto.Levantou-se calmamente para se dirigir ao salão do restaurante, quando foi interpelado por um homem que aparentava meia idade, bem parecido, e com ar de que o desporto fazia parte dos seus hábitos, e que num tom de boas maneiras lhe perguntou se era ali o famoso pátio da Galache? Manel respondeu afirmativamente! Sabe, retorquiu o visitante, é que combinei por aqui me encontrar com uma amiga de há muitos anos, mas já tantos se passaram sem nos vermos, que receio que nem a vá conhecer.Pois, é normal que assim seja, quando estamos muito tempo sem ver alguém, e os anos não perdoam, as feições mudam, e compreendo perfeitamente a sua preocupação, retorquiu Manel.Mas tudo há-de correr bem, comentou, para o seu novo amigo de ocasião. Mas não deixou de pensar para os seus botões:"cheira-me a um malandreco que vai tentar a sua sorte para coleccionar mais uma presa para a sua sala de troféus"! Puro engano. Quase em simultâneo quando se preparava para descer para a sala de refeições, eis que surge uma senhora, elegantemente vestida, bonita, e pelo fino trato da sua pele, percebia-se que era gente que se cuidava,não aparentando a idade que tinha,confirmando esse facto mais tarde,na conversa entre ambos.As primaveras eram  mais,do que  aparentava.Quem diria,sussurou Manel,adivinhando  a pergunta trivial, talvez por ter comportamento  de ser o proprietário da esplanada. Nem deu tempo de acabar o seu pensamento.A pergunta aí estava. Era ali o afamado pátio da galache?Manel rapidamente percebeu que era a senhora do tal encontro do seu novo amigo, e com um simpático "sim",respondeu! Ajudando de imediato a quebrar o gelo apresentando-os como se os conhecesse há muito.Afinal eles ficaram confusos na primeira abordagem,pelo muito tempo sem contacto.Convidou-os a descer á sala para almoço, restavam duas mesas, muito juntas uma da outra por sinal. Por cortesia acomodou o casal, dando-lhes a preferência da escolha, sentado-se ele na que restava, de costas para eles,por coincidência. Foi um ouvinte privilegiado de quase duas horas de conversa, embora dando sempre a ideia que não prestava minimamente atenção ao diálogo dos seus recentes amigos. Foi uma conversa franca e aberta de duas pessoas de principios, falaram de tudo e mais alguma coisa, e nunca neste espaço de conversação Manel ouviu o que quer que fosse que desse indícios a um "engate" de ocasião. Por fim beberam café, fumaram um cigarro,subindo novamente à esplanada,e despediram-se com a promessa de um novo encontro. E Manel voltou a falar com os seus botões, afirmando:"Nem sempre o que parece é...amigos à séria estes"...!!!

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Passarões,passarinhos...e o rouxinol!!




...Nunca naquele poleiro me hei-de empoleirar, dezenas de vezes o disse. Acreditou piamente que nunca o faria, voava de árvore em árvore, de tronco em tronco, mas nunca naquele poleiro aterraria.Causava-lhe tonturas. E esta das tonturas, deixou os outros passarões de asa, e bico aberto. Então aqui o nosso rouxinol tem tonturas? Não, nós passarões não temos tonturas, e o rouxinol é tal e qual um pássaro como nós! Podemos voar a quilómetros da terra que não padecemos desse mal. Somos pássaros ou não? Um dia ainda cá vem poisar! Passaram-se largos anos, e o rouxinol ia cumprido a sua promessa, nada daquele poleiro, nem mesmo morto de cansaço de tantas horas a voar. Antes aterrar em tronco alheio, mesmo correndo o perigo de ser expulso à bicada, comentava! E assim contente, livre, e feliz ia vivendo, cruzando os céus a seu bel-prazer, e sempre aterrando onde muito bem lhe apetecia, mas nunca naquele poiso, isso é que não! Mas não há bela sem senão, e um belo dia lá naquele poleiro, o tal que tinha jurado que nunca ali haveria das suas patas marcar, foi-lhe acenado pelos passarões uma enorme presa, que tinha sido capturada em árvore alheia, e de forma clandestina, com alguns passarinhos mortos na contenda. Tinha fome, a presa era apetecível, e pensou? Então? Uma só vez não fará mal, os passarinhos, os que não deram pela matança não darão pelo quebrar da promessa.Vou-me fazer ao banquete! Assim fez. E nunca mais parou de o fazer, pois ficou a saber histórias dos passarões, histórias macabras, que o obrigaram a ter que ali sempre pornoitar, e alimentar, sob risco de perder a vida se tal não o fizesse. E bem lá no fundo até nem se importou muito, ou mesmo nada, pois é mais fácil viver no meio dos passarões, do que nos passarinhos…!!!