quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Sem tempo...para viver!!!


Quando pela primeira vez ali chegou,deparou-se com uma majestosa árvore,que irradiava sombras apeticiveis,onde ele e muitos outros por ali se agrupavam,protegendo-se do calor tórrido daquela tarde de verão.Dava paredes meias com o edificio, que mais parecia uma fábrica de tijolo,que própriamente uma unidade hospitalar,onde iria passar os tempos mais próximos,de agonia,diga-se!Pela porta contígua à frondosa árvore,entra uma menina,que pela aparência, pouco mais tinha que uma vintena de anos,  com olhar doce e assustado.Alguns olhares seguiram-lhe os passos,pois tinha um andar elegante,quando um dos "seguidores",retorquiu:É a nova psicóloga! Transparecia a ideia em conversas de ocasião que o curso que recentemente tinha terminado, mais tinha sido imposto, que feito por vontade própria. Sorriso roborizado,era assim que ficava quando a conversa descambava para assuntos de foro íntimo, com algo de escaldante pelo meio, e de difícil explicação.Destinaram-lhe o primeiro paciente.Foi para casa,pensativa, uma longa noite sem pregar olho,antecedeu o raiar de um lindo dia,o primeiro,o que era mesmo a sério.A ansiedade tomou conta dela atingindo niveis preocupantes,ao aproximar-se a hora do seu primeiro verdadeiro teste.Foi à sala onde rostos tristes e olhares sem expressão,aguardavam pela mesircórdia de alguém que os tirasse daquele sofrimento atroz.Chamou por quem lhe tinha caído em sorte.Não destuava dos demais,triste e ausente deste mundo, olhar vazio,cabisbaixo, como se de corcunda  tratasse,mas não,era tão só o peso da alma,que teimava em lhe tolhar o raciocinio.Mas de imediato reconheceu a doutora de passadas elegantes,era mesmo ela,pensou!Que sorte, deus meu,pelo menos é vistosa,e tem ar simpático,a contrastar com as demais. Desviava o olhar, como que aliviando o incomodo de quem à sua frente tentava desesperadamente encontrar respostas e, acima de tudo soluções para os males que lhe afligiam. Eram de franca tensão e embaraço aqueles primeiros minutos na horrivel sala,feita consultório, a muito custo e de forma lenta o gelo se ia quebrando, chegando ao fim da sessão com muito pouca progressão na resolução dos problemas da desesperada criatura. Esta,e apesar de já pouco perceber o que à sua volta se passava, rapidamente chegou à conclusão, que lhe tinham impingindo uma estagiária, por acharem e através de prévia consulta, que o seu problema era um mal menor não necessitando de cuidados de maior, e como tal uma óptima cobaia para dar traquejo e experiência à recente doutorada. As consultas continuavam com avanços e recuos, mas cada vez o desespero era maior da inexperiente doutora que se via num mundo que não tinha escolhido,e como tal, pouca aptidão para o desempenho de tão dificil missão.Estava completamente em pânico,por se sentir impotente de não conseguir contornar com êxito a missão que lhe estava destinada,desanuviar e aliviar os males que iam na alma daquele pobre coitado.Este em desespero de causa tentou junto de quem de direito, que o encaminhassem para alguém mais experimentado,e por ventura que o ajudasse verdadeiramente na resolução dos medos que o afligiam. Pois sentia que cada vez o poço  tinha mais água,e abismal era a fronteira até à superficíe, e quão difícil seria manter a cabeça à tona de água, e por consequência escalar tão difícil obstáculo até terra firme,para que ficasse em paz consigo,e  Seu semelhante, mas em vão.Invariávelmente lhe diziam que não tinha nada que opinar, e que estava muito bem entregue e em boas mãos,e caso assim o entendesse poderia mudar de instituição.Pensou?Como assim?Se demoraram um desesperante ano para conseguir vaga ,se partisse para outra,morreria antes que tal conseguisse.Deixou-se ficar por ali,na esperança que melhores dias haveriam de vir.Nunca tão enganado. Cada vez mais se agudizava a sua relação com a noviça na função, de tal forma que as sessões começavam mudas e acabavam caladas,passando a ter problemas acrescidos pela incompatibilidade com drª, sem que alguém fizesse alguma coisa para inverter a situação. Era insuportável o ambiente naquela sala,a mesma de sempre, muito devido ao silêncio ensurdecedor dos opositores, pois era nisso mesmo, que se tornaram, opositores. Até que um dia, já em pleno inverno, e depois de muitas frustradas sessões, e sem vontade alguma de se abrigar na majestosa e frondosa árvore,comprindo o ritual habitual , esperando a sua vez para o tal suplício, resolveu os seus medos, tormentos, e problemas insuluveis. Usando a ramada mais robusta,aquela que tantas vezes o tinha abrigado do tórrido sol de verão, e rápido como o relâmpago que se fez sentir pela forte tempestade,qual mensageira do inverno que se apróximava,fustigando os arredores, camuflado pelo brilho intenso que este produziu,cegando quem por perto se encontrava, usando o velho cascol que o acompanhava, comprido o suficiente para abraçar pela última vez a centenária arvore, e com o nó apertado em volta do pescoço, os seus problemas resolveu!Outros partiram também!O inverno despediu-se!

...E por lá "alguém" ainda continua,pois a majestosa árvore continua a dar-lhe a "sombra"necessária!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

"Príncipe bastardo...!!!"


…Primeiro de uma linhagem de três irmãos. Bastardo por um amor incompreendido, e paternidade não assumida, que lhe marcou a indiferença quanto ao seu progenitor, e o mesmo se pode dizer de sua mãe real. Ofendido e dolorosamente magoado no seu coração adolescente, não teve sequer curiosidade de saber do paradeiro de infames personagens, pois quem abandona uma criatura de Deus à nascença, não merece outro tipo de tratamento, que não o total desprezo e alheamento. Mas como nem tudo é mau na vida, a sua sorte na dita, começou mesmo aí, quando pela primeira vez e desprendido do ventre materno à luz do dia aflorou, pela razão que foi acolhido de braços abertos na corte de Sua Alteza, e pela mesma, com muito amor e carinho cujo nome deriva de sinónimo de irmã entre os irmãos, que juntos presenciaram o milagre da oliveira, na eira, em Iria. De apóstolo de Jesus, tem o seu nome, com o cognome de "Cananeu" com o significado de "Zeloso", que como o mesmo nasceu para sofrer sem que nada tenha feito para tal veredicto, mas é inapelável que o âmago dói quando não se tem o regaço materno por perto, e o mentor de tamanho desaforo igualmente ausente. Mas a sua vida prosseguiu, e cresceu, e aprendeu a ser homem de boa vontade, feliz com o seu destino, muito devido ao amor de sua alteza, a rainha, e seu companheiro de trono, o rei, que também este se dá pelo cognome ”De Pina”. Rei este, bajulado pelo dom da arquitectura e, embora na sombra de sua nobre amada, tem por missão ampará-la, sem que isso seja por obrigação, mas tão só dar-lhe a mão, e por tal acto, ser grande entre os maiores. Nada lhe falta, a Monarca disso faz questão, porque o príncipe raramente a desilude, e comporta-se como um verdadeiro pajem da realeza. Afável por natureza, humilde por princípio, prestável por vocação. Inala a alegria, própria da juventude dos verdes anos da sua existência, mas nem por isso deixa de ser responsável, e acuidade dos seus afazeres. É um digno herdeiro e representante da corte de sua majestade, já que as pequenas princesas, e estas sim, legitimas, ainda são de tenra idade, não sendo por isso que a partilha do amor real se faça notar, pois é docemente distribuído de igual modo pelos mesmos, não fossem os monarcas de honrados princípios. E eu, um humilde escriba, tenho o privilégio de ao mundo dar a conhecer tão mui nobre família, e de perto partilhar os paços perdidos do castelo.




Longa vida ao mui nobre príncipe, e distintos progenitores de acolhimento.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

A rainha...!!!


Quando se deu o “milagre” das entranhas brotar para este mundo cruel, e  sua Santíssima mãe nome lhe deu de irmã das aparições, longe estavam os fiéis que lhe haviam de seguir, quão sábia e de forte liderança ao mundo tinha vindo.Fez-se mulher,e com a rapidez de um raio lider se tornou.Com ar de Rokeira,mas sobria na personalidade, qual Deusa de encantar, e dos seguidores cativar, ao percurso haveria de chegar, espinhoso é certo, mas com mestria contornar. De terra humilde se fez grande entre os maiores, sem medo e com coragem ganhou a admiração dos mais queridos mas também dos inimigos.Veste a roupagem dos fieis,despindo o seu manto de raínha quando as situações assim o exigem,misturando-se no meio da plebe,tornando-se mais uma entre muitas.Assim mais fácilmente toma o pulso à satisfação,ou não,do "seu" povo .Coisa difícil de realizar, mas que para quem tem nome de irmã entre pastorinhos das aparições, difícil difícil era não tornar fácil o que muitos já davam como moribunda e sem retorno possivel com o êxito que se desejava . Prima pela simpatia,despida de preconceitos,frontal e directa na abordagem dos assuntos,alegre,contangiante, mas também qual cobra ameaçada do seu demarcado terreno, lança investidas zigazeadas lançando o líquido letal apanhando o alvo com facilidade .Sui generis pela forma como a sua presença em momentos cria um bem-estar extasiante, como rapidamente despe a pele do cordeiro meigo e doce e qual felino predador, lança as garras tornando infrutíferas todas as tentativas de fuga de quem não teve cuidado, e não assumiu responsabilidades. Para a frente, sempre para a frente, assim quer. E não lhe dêem razão para tal não pensar. Em tempos foi de uma presença brutal, resultado de um deixa andar aquando dos herdeiros nascidos. Mas mais uma vez de brio se encheu, e não tardou em presença ágil segura e elegante se tornar. Qual enciclopédia de bons costumes e de bem se apresentar, incentiva  quem a rodeia a imitar.Por milagre ou não,assumio o comando na hora exacta. Foi bom ter aparecido em tormenta assustadora, pois por aí se viu que a nau ia salvar…qual arca de Noé, a todos deu abrigo, assim lhe saibam retribuir…porque senão!!!...Decapitação!!!
...É assim a rainha!!!

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

...Os olhos!!!


…concentração nos limites, e mais uma vez com total êxito. Tantos anos a fazer o mesmo, sempre da mesma maneira, mas com perícia tal que ficaram como no inicio, a saber o mesmo, nada. Ou por outra, com a certeza que não batia certo, mas certamente sem saberem como? Milhares de vezes, centenas de horas, pares e pares de olhos a tentar descurtinar, estrategicamente ocultos, mas invariavelmente sempre o mesmo resultado. Nada de nada, nadica mesmo. De soslaio e com ouvidos de mercador ouve sussurrar vozes vindas de bocas semi-abertas de espanto,como é possivel?Onde os olhos de alerta,mais abertos que nunca,indagam? Como fará? Finge que não é nada com ele, respira fundo, sorri descretamente, apenas salientando uma ruga de expressão outrora rasgada por bisturi. E como se bisturi utilizasse, qual operação delicada em mãos de cirurgião experimentado, continua a saga de operar milagres. Milagres para ele, pesadelos e visões destorcidas para aqueles olhos, cegos pela certa, ou não? Sem que as mãos lhe tremam, no momento, e só no momento, e num micro segundo, voltou a fazê-lo.Os olhos, os mesmos olhos de tantos anos, mais uma vez nada viram, mas sabem que novamente, e mais uma vez aconteceu. Mas como? Os olhos, quais olhos? Se fossem verdadeiros olhos, veriam, mas como sempre quais toupeiras ficaram às cegas. Provavelmente porque esses mesmos olhos se fossem utilizados como olhos de ver, veriam, mas não, preferem fingir que vêem,e com tal continuam na penumbra da ignorância. E um dia, como tantos outros escreverá as suas memórias, e aí, de uma maneira subtil levantará a ponta do véu. Mas será que mesmo assim, os olhos que nunca viram, os mesmos que cansados de tanto ver, ao ler, iram perceber e ver como se fazia? Talvez não, por uma lógica cronológica se fecharão primeiro, não chegarão a ler, e como tal a ver.

...e mais um dia igual a tantos outros,as costas voltou com olhar triunfal aos olhos,os mesmos que no dia seguinte irão tentar ver.E conseguirão?